Instituto Lula sofreu um ataque a bomba
Uma bomba de fabricação caseira foi arremessada na noite de quinta-feira
(30.jul.2015) em direção à sede do Instituto Lula, em São Paulo. Não
houve feridos.
Por volta das 22 horas, um carro que passou em frente ao local, no
bairro do Ipiranga (zona sul de São Paulo), jogou o artefato, de acordo
com o próprio instituto. As imagens das câmeras de segurança do
instituto possibilitaram identificar o que havia ocorrido e o horário,
mas não a placa do automóvel. A explosão provocou um buraco na porta da
garagem do prédio, que é feita de metal.
Buraco na porta da garagem do Instituto Lula causado por explosão |
As câmeras de segurança do Instituto Lula marcavam 22 horas e 18 minutos
quando um carro sedan escuro parou em frente ao portão da entidade, no
Ipiranga, em São Paulo. De dentro do veículo foi arremessado um artefato
caseiro feito com material inflamável e pregos que estourou,
danificando o portão da garagem.
Segundo testemunhas, o barulho foi ouvido de dentro do Hospital São
Camilo, vizinho do instituto. "Estava de plantão dentro da UTI e o
hospital tremeu todo. Daí entrou uma pessoa falando que jogaram uma
bomba aqui. Era por volta das 22 horas e 20 minutos", afirmou o médico
intensivista Adauto, que não quis falar seu sobrenome.
Apesar de o instituto ser vizinho de um hospital e de um batalhão da
Polícia Militar, nenhum funcionário foi comunicado sobre o fato durante a
noite. Os primeiros que chegaram para trabalhar, por volta das 8 horas,
é que tomaram conhecimento do acontecido e chamaram a polícia.
"ATAQUE POLÍTICO"
O Instituto Lula classificou de "ataque político" o ataque a bomba que a
sede do órgão sofreu na noite de quinta-feira (30.jul.2015).
"Sabemos que foi uma provocação. A democracia não comporta este tipo de
manifestação. Ontem mesmo (quinta-feira 30.jul.2015) tivemos uma
manifestação de dez pessoas aqui na frente protestando contra o Lula e
foi tudo bem, era pacífica. Mas uma bomba caseira nos surpreendeu
completamente", afirmou Celso Marcondes, diretor do instituto.
O Instituto Lula informou, ainda, que "comunicou as polícias civil e
militar, o secretário de Segurança Pública do Estado e o ministro da
Justiça, e espera que os responsáveis sejam identificados e punidos".
INVESTIGAÇÃO
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo determinou a abertura de
investigação e a realização de perícia pela Polícia Civil.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o caso está sendo investigado
— em nota, a pasta informou que houve danos materiais, mas reitera que
não houve feridos. Um boletim de ocorrência foi registrado no 17º DP,
também no Ipiranga.
"Determinei perícia e investigação imediatas. As informações iniciais
também foram passadas ao ministro", disse o secretário de Segurança
Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.
A suspeita inicial da pasta é que não se trata de um crime político, mas da ação de "baderneiros".
Investigadores da Polícia Civil foram ao local para fazer uma perícia
dos danos causados ao edifício. Eles também tiveram acesso às imagens
gravadas pelo sistema de segurança.
O perito policial Ivan Ribeiro, que analisou o local e o artefato usado
no ataque, afirmou que o material foi recolhido e levado para o
Instituto de Criminalística. As imagens que foram gravadas pelas câmeras
de segurança do instituto já estão com os investigadores.
Confira as imagens no vídeo.
MINISTROS
Participando de um evento de segurança pública no Rio, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a possibilidade de o ato ter
tido motivações políticas, como afirma o Instituto Lula, não pode ser
descartada.
"Tudo é considerado quando temos um fato sob investigação. A polícia
agirá para apurar o que ocorreu pois é uma situação que merece uma
investigação e, quando se pegar o autor, será necessário punir", disse o
petista.
O ministro disse que entrou em contato com a Polícia Federal e com o
secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.
"Dialoguei com ele para que juntos possamos analisar o que aconteceu e tomar as devidas providências."
Em nota, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência)
classificou o fato de uma "agressão à democracia". "O Brasil tem um
histórico de diálogo pacífico e rejeição a atos violentos, que esperamos
que continue e seja ampliado", disse o ministro no texto. Ele ainda
acrescentou que a explosão é "inaceitável".
PROTESTO
Na manhã de sexta-feira (31.jul.2015), mais uma vez um pequeno grupo se
concentrou em frente ao instituto com faixas de protesto. A polícia, que
já estava no local para fazer a perícia, identificou todos os
presentes. O grupo teve uma discussão com militantes petistas e foi
embora logo depois.
O presidente Lula tinha agenda marcada para as 10 horas de sexta-feira
(31.jul.2015) no instituto, onde costuma fazer seus despachos, mas o
compromisso foi cancelado. A segurança dele é feita pelo Estado, como
acontece com os demais ex-presidentes da República.,
Segundo Marcondes, os diretores da entidade irão discutir a necessidade de novas medidas de segurança para o local.
Policiais civis analisam estilhaços e filmagens das câmeras de segurança para investigar bomba caseira |