sexta-feira, 2 de outubro de 2015


Cunha nega existência de conta no exterior 
e critica denúncias

Em nota,  o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
reafirma depoimento à CPI da Petrobras

Um dia após virem à tona informações de quatro contas bancárias em seu nome na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reiterou, por meio de nota, seu depoimento à CPI da Petrobras, onde negou ter conta no exterior, e reafirmou, atacando o governo e o PT, que as denúncias divulgadas a seu respeito nos últimos dias são "seletivas".
Cunha disse desconhecer o conteúdo das investigações que envolvem supostas contas bancárias que mantém na Suíça e que, por essa razão, não vai fazer comentários.
"Causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara, em contrapartida ao silêncio sobre fatos graves que não foram objeto de divulgação alguma. Refutamos a tentativa de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação", afirma a nota.
Segundo informações divulgadas, uma das contas informadas pelo governo suíço às autoridades brasileiras tem como beneficiários o próprio Cunha e sua esposa, a jornalista Claudia Cordeio Cruz.
Em março, o presidente da Câmara esteve espontaneamente na CPI da Petrobras e negou ter contas em outros países. "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda".
Ele reafirmou a declaração na nota entregue pela assessoria de imprensa: "O presidente reitera o teor de seu depoimento prestado a CPI da Petrobras de forma espontânea".
No texto, ele também voltou a afirmar que "desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado".
Como tem declarado desde que a PGR pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que acate denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em agosto, Cunha disse que o assunto só será comentado por seu advogado, Antonio Fernando de Souza. Em nota divulgada na quarta-feira (30.set.2015), a defesa do deputado também se negou a comentar a suspeita das contas secretas na Suíça.
Conforme nota divulgada na ocasião da denúncia da PGR, o presidente da Câmara diz achar "muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado".
A nota também replica trecho de texto já divulgado no final de agosto: "À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras".
"O presidente continua absolutamente tranquilo realizando seu trabalho com a mesma lisura e independência, confiando plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal".
Cunha rompeu com o governo no meio de julho e desde então tem acusado o Palácio do Planalto de articular para que ele seja investigado na Operação Lava Jato.
O Ministério Público na Suíça encontrou cerca de US$ 5 milhões em contas controladas por Eduardo Cunha. No registro das contas, o nome de Cunha, da mulher Cláudia Cruz e de uma de suas filhas aparecem como reais responsáveis pela movimentação financeira. As informações foram repassadas às autoridades brasileiras, que passarão a investigar crime de lavagem de dinheiro.
A investigação na Suíça foi aberta em abril, quando as contas bancárias de Cunha e familiares foram bloqueadas. O presidente da Câmara é suspeito de receber propina por vazamento de informação privilegiada na venda, para a Petrobras, de um campo de petróleo no Benin, na África.


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