Grupo pró-impeachment agora hostiliza o PMDB
O vaivém de Eduardo Cunha, ora fechado com a oposição ora entrelaçado
com o governo, levou o PMDB à alça de mira dos grupos pró-impeachment.
Um deles fixou cartazes com mensagens hostis na fachada da sede do
diretório da legenda em São Paulo. No chão, sob os cartazes, os
manifestantes deixaram duas dezenas de sacos com a seguinte inscrição:
“Farinha do mesmo saco: PMDB + PT.”
Num dos cartazes colados na fachada do PMDB paulista lia-se: “Cunha,
queremos impeachment já.” Noutro, estava escrito: “Temer, cumpra seu
papel e diga a que veio, impeachment já. Num terceiro, anotou-se uma
interrogação: “PMDB, vai pagar agora ou nas urnas?”
As fotos circularam na segunda-feira (19.out.2015), de celular em
celular, entre congressistas e dirigentes do PMDB federal. Em mensagens
postadas nos grupos de discussão do partido, vários peemedebistas
manifestaram desconforto com o fato de estarem sendo comparados aos
petistas — uns a cara esculpida e escarrada dos outros —. Receiam atrair
para si as taxas de rejeição que inquietam o petismo.
A expressão “farinha do mesmo saco” remete ao axioma-mãe segundo o qual
os políticos são todos iguais. E os peemedebistas sem conta na Suíça e
sem ministério na Esplanada estão desconfortáveis com o nivelamento por
baixo. O problema é que, para demonstrar que não é tudo a mesma coisa, é
preciso fazer alguma coisa. Nem que seja uma cara de nojo.
Há três semanas, 22 deputados do PMDB assinaram um abaixo-assinado
desautorizando o líder Leonardo Picciani (RJ) de falar em seus nomes ao
negociar ministérios com Dilma na bacia das almas. Por ora, a única voz
que se levantou contra Eduardo Cunha foi a do deputado Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE).
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