Produção industrial tem queda anual de 9% em agosto, a maior baixa desde 2003
A produção industrial encolheu 1,2% em agosto frente a julho, segundo
dados divulgados pelo IBGE na sexta-feira (02.out.2015). Foi a terceira
queda mensal seguida. Mesmo negativo, o resultado veio melhor do que o
previsto por analistas, que projetavam queda de 1,6%.
Já no confronto com igual mês de 2014, a indústria registrou queda de
9%. Este é o pior resultado para o mês de agosto nessa comparação desde
2003. Além disso, é a 18ª taxa negativa seguida frente a igual mês do
ano anterior, o que representa desempenho negativo há um ano e meio. No
acumulado do ano, a atividade no setor recuou 6,9%. Em 12 meses, a baixa
é de 5,7%, intensificando a queda registrada até julho, de 5,4% e
mantendo a trajetória de queda iniciada em março de 2014.
Das quatro categorias econômicas pesquisadas, só a de bens
intermediários (0,2%) não registrou retração na produção industrial na
passagem de julho para agosto. A categoria de bens de capital teve a
maior queda, de 7,6%, e a sétima seguida. A de bens de consumo caiu
0,9%, a de bens duráveis encolheu 4%, enquanto a de semiduráveis e não
duráveis recuou 0,3%.
De acordo com André Luiz Macedo, gerente de Indústria do IBGE, a sétima
queda seguida na produção de bens de capital reflete a falta de
confiança dos empresários:
— Essa categoria econômica tem relação direta com investimentos.
Pensando nas pesquisas que nos remetem aos níveis de confiança mais
baixos da História, e nesse ambiente de incerteza, os empresários estão
investindo menos, porque entendem que com a capacidade instalada atual
dão conta da demanda.
Os resultados negativos se disseminaram na indústria. Segundo Macedo, a
indústria está produzindo 15% a menos do que em junho de 2003, o ponto
mais alto da produção, e o mesmo que em maio de 2009, quando o país
estava em recessão causada pela crise financeira global.
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