Novo ministro da Saúde defende que cobrança de CPMF seja permanente
O ministro da Fazenda Joaquim Levy e o novo ministro da Saúde, o deputado Marcelo Castro (à direita), que quer ampliar taxação da CPMF |
O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, defendeu na sexta-feira
(02.out.2015) que a cobrança da CPMF seja permanente, e não pelo período
de quatro anos como propôs o governo federal em pacote fiscal enviado
ao Congresso Nacional.
Em cerimônia na qual foi anunciado novo titular da pasta, o deputado
federal disse ainda que propôs ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que
o chamado "imposto do cheque" seja cobrado das duas pontas de uma
movimentação financeira: tanto de quem efetua como de quem recebe um
depósito financeiro.
O ministro disse que pretende enviar ao Congresso Nacional projeto de
lei sobre a chamada "dupla tributação" e explicou que ela seria cobrada
"no crédito e no débito".
"Por exemplo, João dá um cheque de R$ 1000 para Pedro. No débito de
João, entram R$ 1.002: R$ 1000 para a conta de Pedro e R$ 2 para a
CPMF", disse. "Quando esses R$ 1000 vão para a conta de Pedro, não
entram R$ 1000, mas R$ 998, porque R$ 2 vão para a CPMF. Assim, o
governo federal acaba recebendo o dobro de dinheiro", acrescentou.
"Todos (do governo) gostaram da proposta, porque nós não vamos aumentar a
alíquota, não vamos onerar ninguém individualmente, vamos arrecadar
dobrado e vamos levar esses recursos para Estados e municípios que estão
vivendo hoje em grande dificuldade", disse.
Em oposição ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o ministro que também é filiado ao PMDB defendeu o tributo e
disse que é necessário que tenha uma mobilização no país para "salvar a
saúde do país".
Para ele, o presidente da Casa Legislativa será convencido a "ajudar" a
aprovar a recriação do imposto já que, segundo o novo ministro, ele é um
"patriota".
"Ele com certeza vai ajudar, porque ele é um patriota e vai sabe que um dos problemas mais graves do país é a saúde", disse.
No mês passado, Cunha já disse ser contra a CPMF e avaliou que ela não será aprovada na Câmara dos Deputados.
Pela proposta do governo federal, o imposto terá alíquota de 0,20%, será
destinado ao custeio da Previdência e tem expectativa de arrecadar R$
32 bilhões por ano.
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