Troca de e-mails sugere que Andrade Gutierrez buscou apoio de Lula para atuar na Venezuela
E-mails de executivos da cúpula da
Andrade Gutierrez revelam que grupo buscou apoio do petista para
intervir em negócios na Venezuela — executivo diz que 'nosso ponto focal
de apoio tem que ser o ex-presidente Lula'
E-mails de executivos da cúpula da Andrade Gutierrez, apreendidos na
sede da empresa, agora juntados aos autos da Operação Lava Jato, revelam
que o grupo buscou apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) para intervir em negócios na Venezuela.
Às 12 horas e 13 minutos do dia 20 de março de 2014, Sérgio Lins
Andrade, dono da Andrade Gutierrez, escreveu para Otávio Marques de
Azevedo, presidente da companhia, e a outros executivos da AG. “Isto
pode complicar a situação dos contratos lá. Abs”, referindo-se a uma
reportagem de jornal que indicava disposição da presidente Dilma
Rousseff (PT) em se ‘distanciar’ da Venezuela.
Em resposta, ao e-mail de Sérgio Andrade, o executivo Flávio Gomes
Machado Filho escreveu às 12 horas e 24 minutos, citando o presidente da
Venezuela Nicolás Maduro. “Temos que tomar todos os cuidados. O
Presidente Maduro já está incomodado com essa postura dela há algum
tempo. O nosso ponto focal de apoio tem que ser o ex-presidente Lula. O
Presidente Maduro reconhece como um grande amigo pessoal e um grande
amigo da Venezuela.”
Quatro minutos depois, Flávio Gomes Machado Filho acrescentou. “Estou
marcando um encontro com o Presidente Lula na próxima semana em São
Paulo para discutir com ele a situação da Venezuela e uma estratégia de
apoio. Abs, Flavio.”
Segundo Otávio Marques de Azevedo, em depoimento à Polícia Federal, em
19 de maio deste ano, Flávio Gomes Machado Filho foi diretor de Relações
Institucionais da Andrade Gutierrez entre 2004 a 2012.
O presidente do grupo, Otávio Marques de Azevedo, está preso desde 19 de
junho, quando foi deflagrada a Operação Erga Omnes, 14ª etapa da Lava
Jato.
COM A PALAVRA
— A ANDRADE GUTIERREZ — informou que não vai comentar.
— O INSTITUTO LULA:
O ex-presidente Lula sempre atuou legitimamente em defesa do Brasil e das empresas brasileiras nos mercados internacionais, e continuará exercendo esse papel, sempre que possível, como fazem ex-governantes responsáveis de diversos países. O ex-presidente não faz e nunca fez lobby ou consultoria. A lista das empresas que contrataram palestras do ex-presidente, por meio da empresa LILS, está publicada pelo Instituto Lula neste endereço: http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violacao-de-sigilo-bancario-do-ex-presidente-foi-um-ato-criminoso. Outras informações sobre as palestras foram prestadas espontaneamente ao Ministério Público, para esclarecer os fatos e desafazer ilações indevidas em Notícia de Fato protocolada na Procuradoria da República no Distrito Federal. O Instituto Lula não comenta vazamentos seletivos de procedimentos judiciais nem documentos supostamente oficiais extraídos de seu contexto.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
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