Drogas inteligentes
Originalmente sintetizado na França nos anos 70, o modafinil foi
aprovado pelo FDA como tratamento para narcolepsia e outros transtornos
do sono em 1998. Mais recentemente, pessoas saudáveis começaram a usar a
droga para ficar acordadas por longos períodos e melhorar a performance
cognitiva.
Medicamentos estão sendo usados a fim de melhorar as funções do cérebro para estudo ou trabalho. Esses remédios são conhecidos como drogas inteligentes.
Medicamentos estão sendo usados a fim de melhorar as funções do cérebro para estudo ou trabalho. Esses remédios são conhecidos como drogas inteligentes.
Segundo Scott Vrecko, um sociólogo especializado em questões médicas,
drogas inteligentes não aumentam a capacidade de receber, lembrar e
processar informação — elas têm um efeito positivo no humor enquanto a
pessoa realiza essas tarefas. Vrecko passou algumas semanas numa
universidade norte-americana coletando testemunhos de estudantes que
tomaram a "droga inteligente", e muitos disseram que a pílula os fazia
se sentirem mais capazes de realizar uma tarefa — mesmo antes de
começar. Outro estudo aponta que o modafinil pode induzir a um estado de
confiança excessiva.
A pílula funciona, sem dúvida. Mas a que custo? Os médicos Kimberly
Urban e Wen-Jun Gao temem que possamos ver danos de longo prazo em
indivíduos de menos de 30 anos que usam essas substâncias.
Aparentemente, o modafinil pode foder com uma coisa chamada
neuroplasticidade, um termo para a habilidade do cérebro de se adaptar a
diferentes situações e contextos com o tempo.
O que preocupa os médicos são os efeitos que aumentar a quantidade de
dopamina num cérebro em desenvolvimento pode ter. Modafinil e outras
drogas inteligentes podem afetar os receptores cerebrais que consolidam a
memória de curto prazo e regulam a flexibilidade do cérebro quando se
trata de responder a estímulos diversos — como interações sociais.
Pesquisadores suspeitam que, a longo prazo, jovens que tomem modafinil —
e remédios similares — possam acabar com uma habilidade maior de se
concentrar por longos períodos, apesar de sua memória de curto prazo
poder diminuir. O que os levaria a desvantagens em situações sociais ou
para realizar tarefas que exijam flexibilidade cognitiva — como dirigir.
No entanto, a pesquisa de Urban e Gao está cheia de especulações,
hipóteses ainda não comprovadas: como em todos os estudos sobre
modafinil, faltam nela estudos de longo prazo.
Uma cápsulas, na cor laranja, de modafinil — aprovado nos Estados Unidos
para o tratamento da narcolepsia e outros transtornos do sono |
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