quinta-feira, 29 de outubro de 2015


Cúpula do PT busca unificar partido sobre não afastamento de Cunha — em reunião do Diretório Nacional, será solicitado aos deputados que não "prejulguem" Eduardo Cunha





Um grupo de oito manifestantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos
se algemou a uma pilastra no Salão Verde da Câmara em um protesto pelo impeachment

No momento em que a ameaça de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff volta a ganhar força, a cúpula do PT recomendará que os deputados do partido no Conselho de Ética não façam "prejulgamento" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de manter contas secretas na Suíça com dinheiro de propina da Petrobras. A informação aponta que a posição do partido deverá ser referendada, pelo Diretório Nacional do PT, em reunião.
O presidente do PT, Rui Falcão, questionou: "Como vamos julgar quem ainda nem é réu no Supremo? Está certo que não dão esse tratamento para nós, que somos sempre culpados até prova em contrário, mas não faremos isso".
O PT está rachado quanto à posição sobre Eduardo Cunha. Uma linha do partido, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cobra a cassação do presidente da Câmara, em representação comandada pelo PSOL e pela Rede. Chegou na quarta-feira (28.out.2015) ao Conselho de Ética da Câmara o processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, acusado de mentir em depoimento na Comissão de Constituição e Justiça sobre contas no exterior.
O partido petista tenta ganhar tempo e não se posicionar favorável ao afastamento de Cunha, na tentativa de impedir a abertura de um processo de impeachment contra Dilma. O presidente da Câmara já anunciou que decidirá em novembro sobre a representação apresentada pelos líderes da oposição no último dia 21out.2015. Elaborado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, o pedido é justificado nas pedaladas fiscais de 2015.
Segundo informações, há uma recomendação técnica favorável ao impeachment que será entregue ao presidente da Câmara nesta semana. Cunha afirmou que "a palavra final é a do presidente", depois de negar boatos de que teria dito a colegas de partido que um fator externo influenciaria sua decisão sobre a abertura do processo: o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando seu afastamento do comando da Câmara.
Na quarta-feira (28.out.2015), um grupo de oito manifestantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos se algemou a uma pilastra no Salão Verde da Câmara em um protesto pelo impeachment — que tem apoio de partidos de oposição como DEM e PSDB, e de 45 movimentos, entre eles Brasil Livre e Vem Pra Rua.
Cunha já indeferiu 11 pedidos que estavam aguardando sua análise. De acordo com a Mesa Diretora da Casa, desde o início de 2015 foram apresentadas 27 pedidos de afastamento da presidente Dilma. Desse total, 20 já foram arquivados.





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