Nota fiscal mostra que segurança do ex-presidente Lula comprou dois
pedalinhos que estão no lago do sítio em Atibaia, no interior de São
Paulo, que é frequentado pela família Lula
Pedalinhos, em forma de cisne branco, estacionados em lago de sítio em Atibaia. Nas capas, os nomes dos netos de Lula. |
Nota fiscal mostra que um segurança da presidência da República comprou
os pedalinhos para sítio em Atibaia, no interior de São Paulo,
frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os
pedalinhos, em forma de cisne branco, tinham marcados neles nomes iguais
aos de dois netos do ex-presidente Lula.
Os dois pedalinhos estão no lago do sítio em Atibaia, que é frequentado
pelo ex-presidente Lula. Em imagens aéreas feitas no dia 29 de janeiro
era possível ver dois nomes nas capas dos pedalinhos: Pedro e Arthur, os
nomes dos netos de Lula. No entanto, 19 dias depois, em outro sobrevoo
na propriedade os pedalinhos estavam sem as capas.
Pedro é filho de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e tem
hoje cinco anos. Já Arthur tem quatro anos e é filho de Sandro Luís.
Ambos nasceram na Maternidade do Hospital São Luiz, em São Paulo.
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Na terça-feira (1º.mar.2016), a reportagem teve acesso à nota fiscal da
compra dos pedalinhos. A nota indica que os pedalinhos foram comprados
no dia 19 de dezembro de 2013, numa fabricante de Minas Gerais.
Os pedalinhos custaram R$ 5,6 mil. O comprador: Edson Antônio Moura Pinto. O endereço de entrega é o mesmo do sítio em Atibaia.
O dono da loja, José Reinaldo Ferreira da Silva, afirmou que Edson
"ligou e encomendou os dois pedalinhos. E que depositou 50% para a
fabricação e depois os outros 50% para a entrega. E foram os únicos
pedalinhos que ele entregou em Atibaia".
O nome de Edson aparece no Portal da Transparência do Governo Federal. O
Portal informa que Edson é subtenente do Exército e trabalha na
segurança de ex-presidentes.
Edson Moura faz parte da equipe que acompanha o ex-presidente Lula. De
2012 até janeiro deste ano, o Portal da Transparência mostra que o
subtenente recebeu pelo menos 120 diárias por viagens a Atibaia, onde
fica o sítio Santa Bárbara.
A força-tarefa da Operação Lava Jato e o Ministério Público de São Paulo
suspeitam que a reforma do sítio tenha sido paga por empreiteiras
investigadas no escândalo de corrupção da Petrobras.
Em nota, o Instituto Lula declarou que os pedalinhos foram comprados por
Dona Marisa e que eles ficam guardados no sítio porque não faz sentido
levá-los para o apartamento do casal, em São Bernardo do Campo. O
Instituto Lula reiterou, ainda, que o sítio não pertence ao
ex-presidente nem à mulher dele. E que foi oferecido por amigos para que
a família pudesse frequentar.
As investigações sobre o sítio em Atibaia e um triplex no Guarujá foram
alvo de um novo pedido da defesa do ex-presidente lula ao Supremo
Tribunal Federal. Lula quer suspender as investigações em São Paulo e em
Curitiba, alegando que elas tratam do mesmo fato. E pedindo para que
ela seja feita apenas em São Paulo.
A defesa do ex-presidente Lula também apresentou resposta a pedido da
Ministra do Supremo Rosa Weber sobre um documento enviado pela força
tarefa da Operação Lava Jato, com suspeitas de que Lula tenha recebido
vantagens indevidas quando ainda era presidente.
Na resposta, Lula disse que não há elementos concretos sobre a afirmação, que chamou de descabida e censurável.
Em outra frente de atuação, os advogados de Lula entraram com um recurso
no Conselho Nacional do Ministério Público contra a investigação do
Ministério Público Federal em Brasília que apura suposto tráfico de
influência em contratos do BNDES. Os advogados pedem para ter acesso
integral aos autos. Eles alegam que não tiveram acesso a documentos já
divulgados para a imprensa.
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