‘Ingressos e saídas’ de valores do Instituto Lula e da LILS são alvo da Lava Jato — Ministério Público Federal afirma que empreiteiras fizeram
'pagamentos vultosos' e 'saída de recursos' beneficiaram quadros do PT e familiares do petista
Operação da Policia Federal realiza mandados de busca e apreensão na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo |
O Ministério Público Federal afirma que ‘ingressos e saídas’ de valores
do Instituto Lula e da LILS Palestras, ligadas ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, são alvos da Operação Aletheia, ápice da Lava
Jato.
Segundo a Procuradoria da República, foram realizados ‘pagamentos
vultosos’ de empreiteiras envolvidas no esquema Petrobrás em favor da
entidade e da empresa de palestras. A ‘saída de recursos’, afirma a
força-tarefa da Operação Lava Jato, beneficiou pessoas vinculadas ao PT e
parentes próximos ao petista.
Nesta sexta-feira, 04.mar.2016, Lula foi conduzido coercitivamente — quando o investigado é levado para depor.
“Investigam-se pagamentos vultosos feitos por construtoras beneficiadas
no esquema Petrobrás em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em
razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores”,
afirma a Procuradoria.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a maior parte do dinheiro que
entrou no Instituto Lula e na LILS Palestras, entre 2011 a 2014, saiu de
empresas do esquema Petrobrás: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade
Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.
Os investigadores informaram que no instituto, as empreiteiras foram
responsáveis pelo ingresso de R$ 20,7 milhões de um total de R$ 35
milhões contabilizados. Na LILS, foram R$ 10 milhões.
“Quanto às saídas de recursos, além de beneficiarem pessoas vinculadas
ao Partido dos Trabalhadores, cumprindo recordar que o esquema da
Petrobrás era partidário, elas beneficiaram parentes próximos do
ex-presidente, por meio de pagamentos a empresas de que são sócios”,
afirmam os procuradores da República da Lava Jato.
“Além de tudo isso, a própria presidência do Instituto foi ocupada, em
dado momento, por ex-tesoureiro de sua campanha que é apontado por
colaboradores como recebedor de propinas que somaram aproximadamente R$ 3
milhões, decorrentes de contratos com a Petrobrás, o que, mais uma vez,
mostra o vínculo de pessoas muito próximas ao ex-presidente com os
crimes e indica possível ligação das próprias empresas ao esquema
ilícito e partidário que vitimou a Petrobrás”,
informa o Ministério Público Federal, no Paraná.
A pedido da Procuradoria, a 13ª Vara Federal de Curitiba determinou
buscas e conduções, que estão sendo executadas pela Polícia Federal,
para apurar ‘possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do
esquema Petrobrás que teriam sido praticados pelo ex-presidente e outros
investigados’.
Também são alvo da apuração da Lava Jato o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e as empreiteiras
“Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução
coercitiva para aprofundar a investigação de possíveis crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobrás,
praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos
Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao ex-presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva e pessoas associadas”, diz a
Procuradoria.
“Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do
esquema Petrobrás por meio da destinação e reforma de um apartamento
tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois
imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados
pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava
Jato, a título de supostas doações e palestras”, afirma a Procuradoria.
Polícia Federal realiza buscas no sítio frequentado por Lula em Atibaia |
Nenhum comentário:
Postar um comentário