sábado, 19 de março de 2016


Comissão do Impeachment



O plenário da Câmara dos Deputados


Em uma sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (17.mar.2016) por 433 votos contra 1 a lista dos 65 deputados que irão compor a comissão especial para discutir o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Ao todo, 24 partidos têm o direito de indicar deputados para a comissão, na proporção do tamanho de suas bancadas na Câmara. O colegiado terá 65 vagas. Na Câmara, há 513 deputados.
Embora no papel o governo tenha maioria, na prática há uma divisão equilibrada entre apoiadores e adversários da presidente Dilma, com tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias.
Na sessão houve bate-boca, provocações e coros simultâneos contra e a favor de Dilma. A oposição levou fitas verde e amarelo e cartazes vermelhos com a inscrição "Impeachment já". Petistas levaram cartazes com a foto de Dilma e os dizeres "não vai ter golpe".
Entre os indicados para a comissão do impeachment está o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP), recentemente condenado a três anos de prisão pela Justiça francesa sob a acusação de chefiar uma quadrilha de lavagem de dinheiro desviado de obras públicas no Brasil, e quatro deputados — José Mentor (PT-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Roberto Britto (PP-BA) — que são investigados na Operação Lava Jato e um, o Paulinho da Força (SD-SP), que foi citado e não há informação se foi aberta uma investigação contra ele.

TRAMITAÇÃO — Após ser instalada, a comissão terá um prazo de funcionamento de até 15 sessões do plenário da Câmara — são dez sessões para a apresentação da defesa de Dilma e mais cinco para a votação do relatório.



Regimento Interno da Câmara dos Deputados


A comissão do impedimento, com 65 deputados, votará um relatório que, mesmo rejeitando a cassação de Dilma Rousseff, terá de ser analisado pelo plenário da Câmara em 48 horas. A palavra final será dada pelo plenário da Câmara, em votação aberta e com chamada no microfone. O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment caso pelo menos 342 dos 513 deputados votem nesse sentido. Caso o Senado abra o processo, Dilma é automaticamente afastada do cargo e fica esperando o julgamento final.
A previsão é que a votação final na Câmara ocorra entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio.

ACOLHIDO — O pedido de impeachment contra Dilma, protocolada pelos advogados Helio Bicudo (ex-petista), Miguel Reale Jr. (ex-ministro do governo FHC) e Janaína Paschoal, tem como principal argumento a acusação de que ela cometeu as chamadas "pedaladas" fiscais no exercício de 2014 para fechar as contas públicas. Embora fale também no escândalo de corrupção da Petrobras, o pedido não inclui suspeitas recentes contra a petista, como as que surgiram na delação do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).
Há um embate entre governo e oposição sobre se essas acusações podem ser acrescentadas no decorrer do trabalho da comissão ou se é preciso que haja um novo pedido de impeachment.
A Câmara havia eleito em dezembro uma comissão do impeachment, majoritariamente oposicionista, mas o Supremo Tribunal Federal ordenou que a eleição fosse refeito em votação aberta, sem chapa concorrente.



A tabela abaixo mostra o posicionamento de cada deputado da Comissão na data da instalação.






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