Direção do jornal Charlie Hebdo decidiu doar 4,1 milhões de euros a vítimas e familiares dos mortos nos ataques
de janeiro de 2015
de janeiro de 2015
"Está tudo perdoado", lia-se na capa do Charlie publicado depois do ataque à sua redação |
O jornal satírico francês Charlie Hebdo vai distribuir 4,1 milhões
de euros que recebeu de donativos pelos sobreviventes e familiares
das vítimas dos atentados de janeiro de 2015 na França.
Foram três os ataques, entre 7 e 9 de Janeiro, que mataram 17
pessoas. No primeiro dia, dois homens, irmãos radicalizados,
entraram na redação do Charlie em Paris e mataram 12 pessoas,
sobretudo cartunistas e redatores. Nos dias seguintes, um terceiro
atirador entrou num supermercado judeu nos arredores de Paris e
matou quatro pessoas, antes de ser abatido pela polícia. De seguida,
os irmãos barricaram-se num edifício também nos arredores da cidade
e mataram uma mulher polícia, antes de também serem mortos.
Os ataques foram reivindicados pela Al-Qaeda do Iêmen.
A vaga de solidariedade para com o jornal satírico — que decidiria,
depois do ataque, não voltar a publicar caricaturas de Maomé —
mobilizou 34 mil pessoas de 84 países, anunciou o Charlie Hebdo na
terça-feira (01.mar.2016), ao anunciar a divisão dos mais de quatro
milhões de euros em comunicado. Parte desse dinheiro também foi
obtido através de recolhas de fundos organizadas em lojas, escolas
ou clubes desportivos e da venda de livros e desenhos lançados para
esse fim, segundo o comunicado. A verba, foi explicado, será
distribuída "integralmente" pelas vítimas sobreviventes e familiares
dos mortos.
A operação de dividir o dinheiro foi entregue ao governo francês,
que criou uma comissão constituída por três pessoas nomeadas pelos
ministérios da Justiça, da Cultura e das Finanças. "Os beneficiários
dos fundos vão receber a sua parte nos próximos dias", precisou o
jornal.
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