Lula ao alcance de Sérgio Moro
Ao discursar para a multidão que foi à Avenida Paulista protestar contra
o impeachment, Lula disse que, na próxima terça-feira (22.mar.2016),
estaria na Casa Civil da Presidência “servindo à companheira Dilma”. Não
estará. Ao suspender sua nomeação, o ministro Gilmar Mendes, do STF,
colocou Lula ao alcance de Sérgio Moro pelo menos até o início de abril.
Só o plenário do Supremo pode revogar a decisão de Gilmar, que tem
caráter liminar. E os ministros da Suprema Corte se autoconcederam um
recesso branco na Semana Santa.
Gilmar Mendes não pretende esperar por um recurso da Advocacia-Geral da
União para levar o caso ao plenário do Supremo. Ele já prepara o voto
que submeterá aos colegas no julgamento do mérito da causa. No entanto, o
plenário do STF só voltará a funcionar em 30 de março. E ainda será
necessário requisitar uma manifestação da Presidência e, provavelmente,
da Procuradoria-Geral da República. Depois, será preciso encaixar a
encrenca na pauta.
Ou seja, de nada adiantou a pressa do governo para prover a Lula o
escudo do foro privilegiado. Em ritmo de toque de caixa, Dilma mandara
rodar uma edição extraordinária do Diário Oficial para formalizar a
nomeação do investigado. Programada inicialmente para a próxima
terça-feira (22.mar.2016), a posse de Lula foi antecipada em cinco dias.
Tudo para livrá-lo da caneta do juiz da Lava Jato.
Havia nos subterrâneos do petismo e do governo um receio de que Moro
estivesse tramando a prisão de Lula. Com seu despacho, Gilmar Mendes
como que condenou o novo “subordinado” de Dilma a padecer de
‘morofabia’ por mais tempo do que gostaria.
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