Transpetro cancela contratos para construção de navios
Navio José Alencar, da Transpetro |
A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes,
confirmou na terça-feira (28.jun.2016) o cancelamento de contratos
assinados com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para a construção de sete
navios, que custariam US$ 1,223 bilhão.
Os contratos fazem parte do programa de renovação da frota coordenado
pelo ex-presidente Sergio Machado, delator da Operação Lava Jato.
Citados pelo ex-presidente da Transpetro como fonte de recursos ilegais
para políticos, estaleiros contratados pelo programa de renovação de
frota da companhia passam por graves dificuldades financeiras.
Em nota oficial divulgada na terça-feira (28.jun.2016), a Transpetro diz
que foram cancelados os contratos para a construção de sete navios de
posicionamento dinâmico, que seriam utilizados para o escoamento de
petróleo das plataformas em alto-mar.
Foram mantidos os contratos para a construção de outras oito
embarcações. Três delas já estão com obras iniciadas e outras cinco
começarão em breve, informou a empresa. O atual cronograma prevê a
entrega das embarcações até o fim de 2019.
A Transpetro informou que o acordo encerra todas as pendências
contratuais existentes com o estaleiro, que está atrasado com relação ao
cronograma original, que previa a entrega de todas as 22 embarcações
contratadas até 2016.
O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da companhia
contratou a construção de 47 embarcações. Deste total, 14 foram já
entregues e 13 tiveram os contratos cancelados por dificuldades durante
as obras. Com o novo cancelamento, o número total de embarcações do
programa cai para 27.
A empresa diz que estuda alternativas para retomar a construção de três
navios que estão inacabados no cais do estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).
Os contratos foram cancelados depois que o estaleiro fechou as portas
alegando falta de dinheiro para concluir as obras. No início de julho, a
suspensão das obras completa um ano.
Controlado pelas construtoras Camargo Correa e Queiroz Galvão, o EAS vem acumulando prejuízos. Em 2015, foram R$ 200,8 milhões.
Atualmente, opera com cerca de 3.000 empregados — quase um quarto do pico dos 11 mil do início da década.
Outros que têm encomendas são o Vard Promar e o Rio Tietê contratado
para construir 20 comboios hidroviários para transportar etanol.
O Vard Promar entregou três navios para transporte de gás e ainda tem
cinco em obras — dois contratos foram cancelados. Seu controlador, o
grupo italiano Fincantieri, disse no balanço de 2015 que seus resultados
foram "severamente afetados pelos desafios operacionais" no Brasil.
O Estaleiro Rio Tietê entregou três comboios hidroviários, que são
compostos por quatro barcaças e um empurrador, e finaliza o quarto. As
obras dos 16 restantes foram suspensas até outubro, quando as empresas
vão rediscutir os cronogramas.
Em seu balanço do ano passado, a subsidiária da Petrobras informa que já gastou R$ 5,5 bilhões com a compra dos navios.
As encomendas motivaram abertura de três estaleiros no Brasil: Atlântico
Sul (EAS) e Vard Promar, no Recife, e Rio Tietê, em Araçatuba (SP).
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