Butantan fecha parceria com Estados Unidos para desenvolver vacina contra o vírus da zika
O Instituto Butantan fechou, na sexta-feira (24.jun.2016), uma parceria
com os Estados Unidos e com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para o
desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da zika.
O centro de pesquisa brasileiro deve receber US$ 3 milhões da Autoridade
de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em
inglês), órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do
governo americano (HHS), para o desenvolvimento de uma vacina de zika
com vírus inativado. O HHS é o órgão equivalente ao Ministério da Saúde
dos Estados Unidos.
O investimento faz parte de um acordo já existente entre a Barda e a
OMS. Além dos US$ 3 milhões provenientes do órgão americano, a OMS
também destinará doações de outros países e organizações privadas para o
expandir a capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantan.
Com o dinheiro, o Butantan poderá comprar equipamentos de laboratório,
reagentes, linhagens de células e outros recursos necessários para o
desenvolvimento e produção da vacina de zika. A parceria também inclui a
cooperação técnica entre pesquisadores da Barda e do Butantan.
A expectativa é que a vacina esteja pronta para testes em humanos no primeiro semestre de 2017.
Vacina de vírus inativado — Segundo o diretor do Instituto Butantan,
Jorge Kalil, o desenvolvimento da vacina de vírus inativado contra zika
já está em desenvolvimento há alguns meses. Pesquisadores do centro já
trabalharam no processo de cultura, purificação e inativação do vírus em
laboratório. Na fase atual, roedores devem começar a receber os vírus
inativados.
O Butantan tem ainda outras três iniciativas de desenvolvimento de
vacina contra zika: uma vacina a base de DNA, outra vacina com vírus
inativado semelhante à vacina da dengue, além de uma vacina híbrida que
tem como base a vacina de sarampo.
"A resposta tem que ser rápida ou o dano vai estar feito e deixará um legado terrível: as crianças com microcefalia", diz Kalil.
Segundo o diretor, esse desenvolvimento ocorreria de forma mais rápida
se houvesse mais recursos disponível. Em fevereiro, o governo federal
anunciou um investimento de R$ 8,5 milhões para financiar o
desenvolvimento de pesquisas relacionadas à zika no Instituto Butantan.
Mas, segundo Kalil, o recurso ainda não foi liberado.
Vírus já circula em 61 países — Em fevereiro, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) declarou o vírus da zika como emergência de saúde pública
global. O vírus foi associado à microcefalia, uma malformação congênita.
De acordo com boletim da OMS divulgado na semana passada, 61 países e
territórios já registram transmissão continuada do vírus da zika. Além
disso, outros 10 países tiveram relato de transmissão de zika de
indivíduo para indivíduo, provavelmente por via sexual.
O Brasil é o país onde o vírus está mais disseminado, com mais casos de
infecção pelo vírus e de microcefalia associada à zika. O país teve
138.108 casos prováveis de zika em 2016 até o dia 7 de maio, segundo o
Ministério da Saúde. Em 2016, o país registrou uma morte causada pela
doença em um adulto no Rio de Janeiro e, no ano passado, foram 3 mortes
de adultos.
Ainda segundo a pasta, são 1.616 casos confirmados de microcefalia desde
o início das investigações, em 22 de outubro, até 11 de junho, com 73
mortes de bebês.
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