Deputados consultam TSE sobre “vaquinha virtual” para financiar campanhas — ideia é utilizar sites de “crowdfunding” para captar dinheiro
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) |
Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Daniel Coelho (PSDB-PE)
apresentaram consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para saber se
candidatos poderão usar sites de financiamento coletivo
(“crowdfunding”) para financiar campanhas eleitorais.
O documento foi apresentado ao TSE na quarta-feira (22.jun.2016). Leia aqui a íntegra da consulta.
A peça foi produzida em parceria com o movimento Nossas Cidades, o
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o AppCívico e o
Update Política. Também participou o professor de direito da FGV Michael
Mohallem.
Segundo o grupo, as doações de empresas correspondiam a cerca de 80% do
dinheiro arrecadado pelos políticos e pelos partidos para as campanhas.
A pesquisa questiona ainda se as doações pela internet poderão ser
feitas antes do início oficial do período de campanha. Ao todo, 8
questões foram colocadas ao TSE.
O fim das doações de empresas para campanhas eleitorais foi determinado
pelo Supremo Tribunal Federal em set.2015. O tribunal julgou uma ação
direta de inconstitucionalidade (ADI) apresentada pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB). O Supremo decidiu, por 8 votos a 3, que as
doações de empresas a políticos contrariam a Constituição.
Contexto: o financiamento coletivo pela internet, ou crowdfunding,
popularizou-se no Brasil nos últimos anos como uma forma de arrecadar
recursos para projetos culturais. Com o tempo, surgiram várias
plataformas voltadas para finalidades diversas. Em geral, funciona
assim: o interessado no financiamento organiza uma campanha de
divulgação na internet e cria recompensas a serem distribuídas entre os
doadores. Os financiadores, então, fazem as doações por meio de sites
especializados nesta modalidade de financiamento.
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