Dívida pública cresce 2,82%
e encerra maio em R$ 2,8 trilhões
e encerra maio em R$ 2,8 trilhões
A dívida pública federal, que inclui tudo o que o país deve internamente
e no exterior, teve um alta de 2,82% em maio. Segundo relatório
divulgado na segunda-feira (27.jun.2016) pelo Tesouro Nacional, o
estoque subiu de R$ 2,799 trilhões em abril para R$ 2,878 trilhões no
mês passado. O aumento é resultado de uma emissão líquida de títulos
públicos de R$ 44,69 bilhões e da apropriação de juros no valor de R$
29,28 bilhões.
O nível do estoque está abaixo do previsto pelo Tesouro para o ano,
entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões. O coordenador-geral da dívida
pública, Leandro Secunho, afirmou, no entanto, que não há mudanças na
previsão e que a dívida vai terminar o ano dentro do intervalo estimado:
— Ainda está fora desse intervalo, mas esperamos que haja não só
apropriação de juros, mas emissão liquida de títulos. Devemos encerrar o
ano dentro desse intervalo indicativo do estoque.
Os títulos mais ofertados ao mercado foram os prefixados (R$ 1,016
trilhão ou 35,32% do total), seguidos pelos corrigidos por índices de
preços (R$ 977 bilhões ou 33,96%) e pelos atrelados à taxa Selic (R$ 743
bilhões ou 25,84%).
Todos os percentuais estão fora do intervalo previsto para o ano no
Plano Anual de Financiamento (PAF), mas, segundo Secunho, deve haver uma
convergência até o fim do ano. Ele assumiu, no entanto, que o número de
títulos prefixados pode ficar marginalmente acima do esperado (entre
31% e 35% do total). O coordenador-geral da dívida ponderou, no entanto,
que esse cenário não seria ruim para o Tesouro, uma vez que aumentar o
número de títulos prefixados, ou seja, com menos risco, é uma das
diretrizes de longo prazo do órgão.
— Se houver algum desvio, será marginal e para a banda de cima.
SAÍDA DE ESTRANGEIROS — A maior parte dos títulos da dívida brasileira
está nas mãos de fundos de previdência, 23,72% do total, e de
instituições financeiras (22,87%). A participação de investidores
estrangeiros na dívida interna brasileira caiu para o menor patamar
desde dezembro de 2013 — foi de 17,39% em abril para 16,60% em maio.
Segundo Secunho, essa queda na participação de não-residentes foi
concentrada em títulos de curto prazo, menos voláteis:
— Não existe uma meta de participação de estrangeiros. Já chegou a ser
zero, já foi de 20% e hoje é 16%. Se há saída, isso não está
necessariamente atrelado à situação política ou qualquer outra coisa.
Sendo 16%, 20% ou 18%, não existe uma preocupação em relação a esse
número. A preocupação seria se houvesse uma saída significativa e
provocasse turbulência no mercado.
O prazo médio do estoque, um dos indicadores de qualidade da dívida,
apresentou piora na passagem de um mês para o outro e caiu de 4,75 anos
para 4,67 anos. O número de títulos a vencer nos próximos 12 meses
aumentou de 18,86% para 20,40%. O prazo caiu para ambas as dívidas:
externa e interna. Para a interna, a queda foi de 4,64 anos para 4,55
anos. Já a externa caiu de 7,11 anos para 7,04 anos.
Já o custo médio do estoque — outro indicador de qualidade, que mede o
nível dos juros que a União tem que oferecer para que os investidores se
interessem pelos papéis públicos — se manteve em 14,25% ao ano.
No mês de maio, o Tesouro Nacional emitiu o equivalente a R$ 55,80
bilhões em títulos e resgatou R$ 11,48 bilhões. Com isso, houve uma
emissão líquida de R$ 44,32 bilhões.
BREXIT — Secunho afirmou que, até o momento, o impacto da saída do Reino
Unido da União Europeia, o chamado Brexit, foi “ameno”. Ele afirmou,
contudo, que o Tesouro está acompanhando o mercado nesse momento de
volatilidade e incertezas e está pronto para atuar se necessário.
— Havendo necessidade podemos atuar não só no mercado doméstico quanto no mercado global.
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