terça-feira, 28 de junho de 2016

Dívida pública cresce 2,82%
e encerra maio em R$ 2,8 trilhões



A dívida pública federal, que inclui tudo o que o país deve internamente e no exterior, teve um alta de 2,82% em maio. Segundo relatório divulgado na segunda-feira (27.jun.2016) pelo Tesouro Nacional, o estoque subiu de R$ 2,799 trilhões em abril para R$ 2,878 trilhões no mês passado. O aumento é resultado de uma emissão líquida de títulos públicos de R$ 44,69 bilhões e da apropriação de juros no valor de R$ 29,28 bilhões.
O nível do estoque está abaixo do previsto pelo Tesouro para o ano, entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões. O coordenador-geral da dívida pública, Leandro Secunho, afirmou, no entanto, que não há mudanças na previsão e que a dívida vai terminar o ano dentro do intervalo estimado:
— Ainda está fora desse intervalo, mas esperamos que haja não só apropriação de juros, mas emissão liquida de títulos. Devemos encerrar o ano dentro desse intervalo indicativo do estoque.
Os títulos mais ofertados ao mercado foram os prefixados (R$ 1,016 trilhão ou 35,32% do total), seguidos pelos corrigidos por índices de preços (R$ 977 bilhões ou 33,96%) e pelos atrelados à taxa Selic (R$ 743 bilhões ou 25,84%).
Todos os percentuais estão fora do intervalo previsto para o ano no Plano Anual de Financiamento (PAF), mas, segundo Secunho, deve haver uma convergência até o fim do ano. Ele assumiu, no entanto, que o número de títulos prefixados pode ficar marginalmente acima do esperado (entre 31% e 35% do total). O coordenador-geral da dívida ponderou, no entanto, que esse cenário não seria ruim para o Tesouro, uma vez que aumentar o número de títulos prefixados, ou seja, com menos risco, é uma das diretrizes de longo prazo do órgão.
— Se houver algum desvio, será marginal e para a banda de cima.

SAÍDA DE ESTRANGEIROS — A maior parte dos títulos da dívida brasileira está nas mãos de fundos de previdência, 23,72% do total, e de instituições financeiras (22,87%). A participação de investidores estrangeiros na dívida interna brasileira caiu para o menor patamar desde dezembro de 2013 — foi de 17,39% em abril para 16,60% em maio. Segundo Secunho, essa queda na participação de não-residentes foi concentrada em títulos de curto prazo, menos voláteis:
— Não existe uma meta de participação de estrangeiros. Já chegou a ser zero, já foi de 20% e hoje é 16%. Se há saída, isso não está necessariamente atrelado à situação política ou qualquer outra coisa. Sendo 16%, 20% ou 18%, não existe uma preocupação em relação a esse número. A preocupação seria se houvesse uma saída significativa e provocasse turbulência no mercado.
O prazo médio do estoque, um dos indicadores de qualidade da dívida, apresentou piora na passagem de um mês para o outro e caiu de 4,75 anos para 4,67 anos. O número de títulos a vencer nos próximos 12 meses aumentou de 18,86% para 20,40%. O prazo caiu para ambas as dívidas: externa e interna. Para a interna, a queda foi de 4,64 anos para 4,55 anos. Já a externa caiu de 7,11 anos para 7,04 anos.
Já o custo médio do estoque — outro indicador de qualidade, que mede o nível dos juros que a União tem que oferecer para que os investidores se interessem pelos papéis públicos — se manteve em 14,25% ao ano.
No mês de maio, o Tesouro Nacional emitiu o equivalente a R$ 55,80 bilhões em títulos e resgatou R$ 11,48 bilhões. Com isso, houve uma emissão líquida de R$ 44,32 bilhões.

BREXIT — Secunho afirmou que, até o momento, o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, foi “ameno”. Ele afirmou, contudo, que o Tesouro está acompanhando o mercado nesse momento de volatilidade e incertezas e está pronto para atuar se necessário.
— Havendo necessidade podemos atuar não só no mercado doméstico quanto no mercado global.




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