sexta-feira, 24 de junho de 2016

Curitiba exportou ‘Padrão Moro’ para São Paulo



Andrey Borges de Mendonça


Um frêmito de otimismo percorreu a alma dos encrencados na Lava Jato quando o STF começou a retirar de Curitiba os pedaços da Lava Jato que não tinham relação com o assalto à Petrobras. A Operação Custo Brasil, deflagrada na quinta-feira (23.jun.2016) a partir de São Paulo, revela que os otimistas não tinham noção do que os esperava. O ‘Padrão Moro’ de persecução de corruptos foi exportado para outras praças.
“Não é só Curitiba que faz investigações”, disse o procurador Andrey Borges de Mendonça, um dos membros da filial paulista da Lava Jato. Aqueles que “celebraram com champanhe” a retirada de processos da jurisdição de Sérgio Moro e da força-tarefa paranaense, acrescentou Andrey, “hoje tiveram uma demonstração de que as investigações vão continuar onde quer que estejam.”
O esquema de mutretas encabeçado pelo petista Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma, foi desvendado por uma engrenagem estatal que envolveu uma parceira entre a Polícia Federal, a Procuradoria da República e a Receita Federal, exatamente como sucede em Curitiba.
O trabalho dos investigadores foi respaldado pelo magistrado Paulo Bueno de Azevedo, juiz federal substituto da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Versão paulista de Sérgio Moro, o doutor é avesso a entrevistas. Tem noção muito clara do seu papel. Em artigo veiculado em 2013 na Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Paulo Bueno anotou:
“O juiz não pode assumir uma posição de combate ao crime, eis que, nesse caso, estaria no mínimo, se colocando como um potencial adversário do réu, papel que deve ser, quando muito, do Ministério Público ou, em alguns casos, do querelante.”




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