Governo desiste de fixar prazo para apresentar
reforma da Previdência
reforma da Previdência
Sem consenso em mais uma rodada de conversas com as centrais sindicais
na terça-feira (28.jun.2016), o governo interino de Michel Temer decidiu
formar um novo grupo de trabalho para discutir a reforma de Previdência
e deixou de se comprometer com um prazo para apresentar uma proposta ao
Congresso, falando apenas em aprovação ainda este ano.
Segundo o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), agora a meta do governo é
"ter a reforma da Previdência aprovada este ano" e, com menos pessoas
envolvidas na discussão, afirma, é possível trabalhar "com mais
celeridade".
A ideia inicial do Planalto era formular uma proposta de consenso com as
centrais até o fim de junho, mas a dificuldade de conseguir unidade em
torno das principais medidas, como adoção da idade mínima para a
aposentadoria, por exemplo, fez com que o governo adiasse o prazo.
Os únicos pontos acordados foram a revisão das regras de isenção para
entidades filantrópicas, que já havia sido anunciada pelo governo Temer,
e a aceleração da venda de imóveis do INSS, que deve render R$ 1,5
bilhão, o que representa cerca de 1% do déficit previsto para 2017, de
mais de R$ 150 bilhões. A primeira medida ainda precisa de aprovação do
Congresso.
O novo grupo, que começa a se reunir na próxima semana, vai usar
propostas das confederações patronais e também projetos que já estão na
Câmara dos Deputados como base para as discussões.
Ainda de acordo com o ministro, o "pequeno grupo", o terceiro que vai
discutir a questão da Previdência este ano, terá um representante do
governo, um dos empregadores — que ainda não está definido — e um do
Dieese, entidade que vai representar os trabalhadores.
Após participar da reunião com o governo e representantes dos
empregadores, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) afirmou que "a
solução" para chegar a um consenso foi "diminuir o grupo".
"Na reunião teve vários dissensos, continuamos achando que o governo tem
que cumprir a primeira etapa que propusemos, que não foi cumprida",
afirmou Paulinho.
O governo não descartou a possibilidade de reduzir o benefício fiscal
para o setor do agronegócio, uma demanda dessa "primeira etapa" das
centrais, embora a questão não tenha sido discutida na reunião de
terça-feira (28.jun.2016).
O deputado reforçou mais uma vez que as centrais não concordam com a
fixação de uma idade mínima para a aposentadoria, medida considerada
essencial para o governo Temer.
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