sábado, 28 de junho de 2014


Vaticano expulsa do sacerdócio núncio acusado de pedofilia

Jozef Wesolowski foi expulso do sacerdócio

O polonês Jozef Wesolowski, ex-núncio na República Dominicana e que foi acusado de pedofilia quando morava no país, entre janeiro de 2008 e agosto de 2013, foi expulso do sacerdócio após a conclusão de um processo canônico, informou o Vaticano. Na hierarquia da Igreja Católica, núncio é o cargo equivalente a embaixador do Vaticano. O processo de expulsão, realizado perante a Congregação da Doutrina da Fé, foi concluído nos últimos dias e, a partir de agora, o sacerdote terá dois meses para recorrer da sentença, acrescentou a Santa Sé. O processo penal perante os órgãos judiciais vaticanos, já que Wesolowski é um diplomata da Santa Sé, começará após a definição do Santo Ofício, acrescenta a nota. O Vaticano destituiu Wesolowski de seu cargo no final de agosto do ano passado e abriu uma investigação para averiguar as denúncias apresentadas ao papa Francisco pelo arcebispo de Santo Domingo, o cardeal Nicolás López Rodríguez. Na ocasião, receberam muitas críticas de autoridades em relação à liberdade de Wesolowski, de 65 anos, que, mesmo com as acusações que pesavam sobre ele, pôde retornar a Roma. Sobre isso, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que Wesolowski “teve uma relativa liberdade de movimento até a Congregação para a Doutrina da Fé comprovar as acusações”. Lombardi acrescentou que, após esta primeira sentença, “serão adotadas medidas adequadas à gravidade do caso”, embora não tenha citado quais seriam essas medidas. Além do processo penal que enfrentará no Vaticano, tanto a Justiça polonesa como a República Dominicana apresentaram acusações contra o ex-núncio pelos casos de pedofilia. O escândalo veio à tona após uma reportagem que assegurava que Wesolowski pagava para manter relações sexuais com menores dominicanos. Após a publicação da reportagem, o cardeal dominicano Nicolás de Jesús López Rodríguez informou que tinha comunicado as denúncias diretamente ao papa Francisco e qualificou o assunto como “extremamente grave”.

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