sábado, 28 de junho de 2014


Governo central registra pior rombo em suas contas para meses de maio

Dilma - Resultado de maio dificulta meta do governo

Com forte queda nas receitas e sem contar com dividendos bilionários, o governo central fechou o mês de maio no vermelho, sem conseguir economizar receita para pagar os juros da dívida. Registrou o pior déficit primário para meses de maio de toda a sua história — de 10,50 bilhões de reais, segundo dados do Tesouro Nacional, ficando ainda mais longe de cumprir a meta fiscal para este ano, que está em 1,9% do PIB, ou 99 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a maio, o resultado primário do governo central, formado pelo Tesouro Nacional, pelo Banco Central e pela Previdência Social, caiu para 19,16 bilhões de reais — 42,4% a menos do que em igual período de 2013. Em abril, a economia para pagamento de juros da dívida pública foi de 16,6 bilhões de reais.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, tentou se justificar. "Maio é tradicionalmente um mês de primário mais baixo, mas o resultado mais negativo veio basicamente em função de receita bem menor", afirmou a jornalistas. O resultado foi o pior para meses de maio desde o início da série histórica, em 1997.
Em maio, as receitas líquidas do governo central caíram 28,8% entre abril e maio, para 68,37 bilhões de reais. Já os gastos totais recuaram menos, apenas 0,7%, para de 78,88 bilhões de reais no mês. No acumulado do ano, as receitas somam 412,74 bilhões de reais (6,5% maior do que em 2013) e as despesas 393,58 bilhões de reais (alta de 11,1%) — ou seja, os gastos crescem num ritmo quase duas vezes mais rápido que a arrecadação.
Segundo dados do Tesouro, o déficit primário é decorrente da queda mensal de quase 70% nas receitas com dividendos de estatais, que somaram 779,9 milhões de reais em maio. O Tesouro registrou em maio um déficit de 6,49 bilhões de reais, enquanto o rombo da Previdência ficou em 3,88 bilhões de reais. Já as contas do BC tiveram um resultado negativo de 136,4 milhões de reais.
Em doze meses até maio, o superávit do governo central caiu a 62,9 bilhões de reais, o equivalente a 1,3% do PIB, sendo 37,81 bilhões do Tesouro, 18,66 bilhões de reais da Previdência e 1,9 bilhão do BC.
Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa dos economistas é de expansão de 1,16% do PIB neste ano, muito aquém dos 2,5% registrados em 2013. A própria autoridade monetária calcula crescimento de 1,6% em 2014.
A Receita Federal divulgou que a arrecadação teve queda real anual de 5,95% no mês passado, decorrente do fraco crescimento da economia e perdas com as desonerações. O tombo levou o Fisco a reduzir para cerca de 2% a previsão de crescimento do recolhimento de impostos este ano.

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