domingo, 29 de junho de 2014


O ex-favorito Lasier Martins

Diego  Casagrande
A eleição para o Senado*, tida como tranquila para Lasier Martins (PDT) até agora, terá seus percalços. E que podem ser muitos. Apostem nisso. Vamos a apenas três.

1) A legenda escolhida por ele, o PDT, embora tenha raízes históricas no Rio Grande do Sul, é hoje uma pequena agremiação política que se tornou um apêndice do petismo nos últimos anos. Tem pouca força no interior e menos ainda na capital;

2) A entrada de Lasier no jogo eleitoral soa para muita gente mais como uma aposentadoria de quem estava prestes a ser aposentado em sua ex-empresa do que propriamente o desejo de fazer a diferença na política. A tendência do eleitorado bem informado é rejeitar este tipo de movimento;

3) A entrada de dois candidatos que tirarão votos de Lasier em perfis diferentes de eleitores: Olívio Dutra (PT) e Simone Diefenthaeler Leite (PP). Ambos terão bases partidárias fortes, sobretudo no interior do estado. Olívio, além de ter a votação ideológica do eleitorado petista na arrancada, terá votos de cidadãos que optam por "pessoas", e que são boa parte da base de Lasier hoje. Já Simone, jovem empresária em Canoas, é uma cara nova e sorridente na política, tem um discurso moderno de luta por um Estado mais eficiente e pegará, com a base forte do PP, parte do eleitorado de classe média que votaria em Lasier para tentar impedir Olívio de vencer. Sem falar que ela terá a base da Federasul, das CDLs e entidades empresariais espalhadas por todo o estado. E posará ao lado de Aécio Neves (PSDB), que aposto vencerá a eleição presidencial no estado.

Lasier Martins (PDT), Simone Diefenthaeler Leite (PP) e Olívio Dutra (PT)

Lasier também precisa cuidar o que fala. O ambiente político é diferente do meio jornalístico. Qualquer coisa que se diga pode ser usada contra o candidato. Principalmente agora que ele não tem mais o microfone da RBS, uma potência de mídia que lhe permitiu chegar longe. Recentemente, fez um discurso sem pé nem cabeça chamando os apoiadores do PP de defensores da ditadura que prendeu e matou trabalhistas no país. Perdeu ali uma leva de possíveis eleitores e gerou em Ana Amélia e nos pepistas o desejo de ter alguém competitivo para enfrentá-lo. E nunca podemos esquecer que esta eleição terá apenas um vaga em jogo no Senado.

* não citei os demais candidatos ao Senado porque não vejo neles qualquer possibilidade de vitória

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