domingo, 29 de junho de 2014


Homossexuais da Bolívia publicam 
2ª edição do "Dicionário Maricas"


Lançado inicialmente em 2012 com 13 termos, o "Dicionário Maricas", elaborado por homossexuais da Bolívia, ganhou uma segunda edição.
Com o objetivo de trazer uma "radiografia poética e com crítica ácida" dos estereótipos e estigmas, o material reúne 25 termos populares frequentemente usados para chamar ou insultar os gays, e foi mostrado na Universidade de La Paz, junto com uma encenação denominada "La piel que habito".
Um dos autores da obra e integrante do movimento 'Maricas Bolívia', Roberto Condori, explicou que a apresentação personificava a "segunda pele" dos homossexuais, "essa pele humilhada, machucada com todos os insultos que ouvem".
Sob esse conceito, o ativista indicou que essa pele, que tem "várias cicatrizes", se transforma no dicionário, em que é proposta uma redefinição dos termos pejorativos usados para os gays na Bolívia.
Conforme explicou o autor, não se trata de um dicionário convencional, mas sim um trabalho que pretende mostrar para a sociedade o desprezo que as pessoas costumam expressar com essa população.
"Reivindicamos a palavra 'maricón', por exemplo, para que em um futuro doa menos e para que quando um homofóbico nos diga isso já não seja mais humilhante", disse Condori.
A nova obra descreve "maricón" como "o homossexual infrator que transita na vida infringindo as normas sociais". Além disso, define "maricón" como o "questionado por sua forma de dar amor ao mundo".

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