quinta-feira, 26 de junho de 2014


Collor vai de Dilma

Fernando Collor e Dilma Rousseff

A decisão do PTB de trocar Dilma Rousseff por Aécio Neves não será seguida pelo senador alagoano Fernando Collor, um dos mais ilustres filiados da legenda. O presidente do impeachment optou por se manter fiel à candidata do PT, partido que mais se empenhou para escorraçá-lo do Planalto, em 1992.
Collor tentará renovar o mandato de senador. Vai às urnas enganchado numa chapa que tem como candidato ao governo de Alagoas o deputado federal Renan Filho (PMDB), herdeiro político da oligarquia chefiada pelo pai, o presidente do Senado, Renan Calheiros.
O PTB alagoano aprovou a parceria numa convenção estadual realizada na semana passada. No mesmo encontro, o partido decidiu apoiar no Estado a reeleição de Dilma. Mais: aprovou um par de moções. Numa, o PTB alagoano repudiou o que Collor chamou de “ataques injustos” à presidente. Noutra, aplaudiu a “maneira como ela vem conduzindo o processo administrativo político e eleitoral do Brasil.”
Em texto veiculado no site de Collor, o advogado Eraldo Firmino, que comanda a seção alagoana do PTB, disse que o apoio dado Aécio em âmbito nacional deve ser referendado nesta sexta-feira (27), em Salvador. Mas os diretórios estaduais que divergem estão liberados para fechar os acordos que lhes parecerem mais convenientes nos Estados.
O encontro de Collor com Renan em torno da candidatura de Renanzinho foi precedido de um estreitamento de inimizades. Renan, o pai, fora líder do governo Collor no Senado. Saltara do navio depois que PC Farias, uma espécie de Delúbio Soares da época, ganhara as manchetes na forma de escândalo. Desde então, a dupla não se bicava. O convívio no Senado e a conveniência eleitoral os uniu, sob aplausos de Lula e Dilma.
Collor invoca razões sociais para justificar sua conversão ao projeto nacional do ex-PT: “Temos que lutar pelo desenvolvimento econômico e social e seguir lutando por um país mais justo. Nos governos Lula e Dilma, milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza. Queremos mais.”

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