Hospital gaúcho restringe
atendimento de pacientes
Flagrante de superlotação feito por câmeras da Presidência da
República instaladas dentro da emergência do Hospital Conceição, em
Porto Alegre, fez a direção do GHC restringir o atendimento das
urgências em ginecologia. A medida, adotada desde a semana passada,
buscou diminuir o fluxo de pacientes com diversas complicações (não
só ginecológicas) que ficam em corredores e até em escadas, no
acesso aos andares, à espera de vagas para internação. A
superlotação está ligada à redução histórica de leitos de internação
do SUS em Porto Alegre e no Estado. “A assessoria da presidente
acompanha de Brasília, por câmeras colocadas dentro de 12 hospitais
no País, um deles o Conceição, como está a saúde pública. Em vez de
agir e melhorar os cuidados, o governo elimina o problema impedindo
que pacientes sejam atendidas em um hospital mais perto de suas
casas”, criticou a vice-presidente do SIMERS, Maria Rita de Assis
Brasil. A vice-presidente destaca que os gestores do GHC promovem a
diminuição da capacidade do serviço em ginecologia desde os anos
2000. Nesse período, o volume de casos era de 120 ao dia.
Na terça-feira da semana passada, cartaz na porta de entrada do
hospital, avisava que não teria “mais atendimento de emergência
ginecológica”, mas no dia seguinte o aviso foi removido.
O SIMERS apurou que o atendimento na emergência ginecológica do
Conceição despencou de 60 para 20 casos por dia.
O hospital especializado em gineco-obstetrícia registrava até o fim
de semana passado o dobro da demanda. Profissionais do serviço
definem como de “caos” e “tensão” devido à sobrecarga e demora que
aumenta para quem busca atendimento. Não houve ampliação das equipes
nos plantões e há maior ocupação de leitos pela transferência de
pacientes do próprio Conceição, tanto para leitos normais como para
UTI.
O Sindicato disse que o governo teme a repercussão negativa da
superlotação durante a Copa do Mundo
O impacto para desafogar o setor está nos números - no dia 17 de
junho havia 103 pessoas aguardando leitos, número que caiu para
menos de 80 no dia 20 de junho. A emergência tem capacidade para 49
leitos. A superlotação é efeito da redução de leitos hospitalares no
SUS nos últimos 20 anos, que ultrapassa 30% no Estado.
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