Governo cria sistema nacional para reunir dados sobre registros civis
Com o objetivo de erradicar o sub-registro no País e uniformizar as
informações sobre nascimentos, casamentos, óbitos e natimortos, o
governo instituiu o Sistema Nacional de Informações de Registro Civil
(Sirc). Ele terá uma base de dados própria, atualizada diariamente. Com o
Sirc, de acordo com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH),
a petista Ideli Salvatti, o governo pretende aperfeiçoar o Sistema
Brasileiro de Registro Civil de Nascimento para ter uma gestão
integrada, uniformizada, informatizada e com segurança dos dados dos
cidadãos. Decreto da presidenta Dilma Rousseff publicado no Diário
Oficial da União determina que os órgãos públicos federais e estaduais,
além dos cartórios, terão um ano para se adequar ao Sirc. O novo sistema
captará informações padronizadas de registros civis de nascimento,
armazenando-as em uma base de dados centralizada. Esses dados também
serão usados para subsidiar políticas públicas, como Bolsa Família. A
ministra lembrou que o registro de nascimento é o principal documento
dos cidadãos brasileiros, mas até hoje o País não tinha uma base
centralizada com essas informações, o que, segundo ela, facilita a
falsificação do documento e também a prática de crimes. “O Brasil levou
muito tempo para acordar sobre a importância de padronizar a base de
dados desse documento”, disse Ideli. “Em tragédias, como enchentes que
atingiram alguns Estados recentemente, por exemplo, as pessoas perdem
todos os documentos e têm uma nova tragédia para recuperar seus dados.
Com o cadastro isso será facilitado”, acrescentou. O
secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Gabas,
classificou o sistema como “revolucionário” e disse que a ferramenta vai
contribuir para evitar fraudes. Gabas lembrou que, atualmente, ainda é
possível uma pessoa emitir 27 carteiras de identidade, uma em cada
Estado e no Distrito Federal, devido à falta de padronização entre os
bancos de dados estaduais. “De todos os ganhos que o Sirc vai nos
trazer, para os cartórios, para a máquina publica, o maior é o do
cidadão, com a garantia de direitos. É um absurdo pensar que algumas
pessoas nascem e não têm direito ao registro civil. Isso protege também
os servidores e o erário”, destacou Gabas. De acordo com a SDH,
atualmente, 167 mil crianças com até um ano de idade não têm registro de
nascimento. Em 2002, eram mais de um milhão nessa condição. O Sistema
Nacional de Informações de Registro Civil será administrado por um
comitê gestor, que estabelecerá as diretrizes para funcionamento do
sistema. O comitê será formado por oito ministérios, além da Secretaria
de Direitos Humanos, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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