Governo gaúcho silencia sobre
participação do Secretário de Desenvolvimento e Promoção do
Investimento no conselho de administração de grupo privado
Mauro Knijnik |
Até o momento o governo estadual gaúcho não passou nenhuma
explicação sobre o caso do seu secretário de Desenvolvimento e
Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, que desde abril de 2013
exerce as funções de membro ativo do Conselho de Administração do
grupo Iochpe, percebendo remuneração média mensal de R$ 12 mil.
O grupo Iochpe é integrado por uma constelação de empresas privadas,
com interesses industriais de variadas gamas, entre as quais
autopeças.
O caso é de improbidade administrativa.
O governador sempre soube do caso e nunca agiu. Seu secretário viaja
regularmente para a sede do grupo Iochpe, São Paulo, para prestar
serviços no Conselho de Administração.
Agora silencia.
Assembleia e Ministério Público junto ao Tribunal de Contas nada
fazem.
E não se trata apenas do descumprimento da Lei 8112, de 11 de
dezembro de 1990, que no seu artigo 117 veda a participação de
autoridades do gênero em funções de direção e conselhos de
administração e fiscal de empresas privadas.
Desde 1º de julho de 2009, o parecer 15.025 do Conselho Superior da
Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul também veda este
tipo de relação. Na ocasião, o parecer atingiu em cheio o então
vice-governador Paulo Feijó (governo Yeda Crusius), que fazia
serviços de consultoria remunerada para a Ulbra (Universidade
Luterana do Brasil).
Há um claro conflito de interesses envolvendo o secretário Mauro
Knijnik e o grupo Iochpe, que poderia influenciar indevidamente o
desempenho dos seus deveres e responsabilidades funcionais. O
secretário ocupa um cargo no qual enormes benefícios fiscais e
financeiros podem beneficiar as empresas do grupo Iochpe, que
costuma bater às portas do governo para buscá-los.
Este tipo de conduta é típico ato de improbidade administrativa,
segundo a Lei 8112, mas também de acordo com a Lei 8.429/1992, sem
contar as violações ao Código de Conduta da Alta Administração, a
Lei 8.112/906 (Lei das Agências Reguladoras), o Código de Ética da
Presidência e Vice, além da Lei 8.666/1993 (Lei das Licitações).
O caso também envolve condutas tipificadas como crimes pelo Código
Penal.
O secretário Mauro Knijnik é um conhecido homem de negócios,
operando, antes de ir para o governo, como consultor de empresas.
PS: Segundo
manifestação do Secretário de Desenvolvimento e Promoção do
Investimento do Governo do Rio Grande do Sul, Mauro Knijnik, o
grupo Iochpe não investe no estado desde 2001.
O secretário esclarece um dos pontos abordados - "sobre supostas renúncias fiscais ao Grupo Iochpe, ressalto que o referido grupo não tem investimentos no Rio Grande do Sul desde 2001" -, mas não nega que trabalha como membro do Conselho de Administração do Grupo Iochpe.
O secretário esclarece um dos pontos abordados - "sobre supostas renúncias fiscais ao Grupo Iochpe, ressalto que o referido grupo não tem investimentos no Rio Grande do Sul desde 2001" -, mas não nega que trabalha como membro do Conselho de Administração do Grupo Iochpe.
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