Grafites paulistanos vão da insatisfação à euforia com a Copa
A principal via que leva ao Itaquerão, estádio que recebeu a abertura da
Copa do Mundo, em São Paulo, é margeada por quatro quilômetros de
painéis de grafite. O muro, intitulado 4KM, foi pintado com imagens
relacionadas ao futebol, à torcida brasileira e ao turismo na capital
paulista. Inaugurado para o megaevento, o mural é uma iniciativa do
governo de São Paulo.
Muro de quatro quilômetros perto do Itaquerão reúne trabalhos
de 70 artistas de rua. Com o futebol como tema, eles retratam ambiguidade dos brasileiros em relação ao Mundial. |
Já em outros pontos da cidade, é comum ver grafites e mensagens contra a
Copa, que vão desde o típico Fifa, go home até elaboradas pinturas. Uma
delas, a obra de Paulo Ito, ficou famosa pela crítica contundente ao
Mundial. A imagem, pintada no bairro da Pompeia, zona oeste, se tornou
viral e rodou o mundo. Segundo o autor, a imagem do menino pobre, com
uma bola de futebol dentro de um prato de comida vazio, "sintetizou o
que muita gente estava sentindo".
O grafite de Paulo Ito, na zona oeste de São Paulo, rodou o mundo. Ele não quis participar do muro próximo ao Itaquerão |
As diferentes formas de retratar a Copa pelos artistas de rua mostram os
conflitos vividos pelos brasileiros em relação ao Mundial. Ao mesmo
tempo em que há um clima de euforia, há também muita insatisfação com os
investimentos públicos bilionários na Copa.
Mais de 380 artistas inscreveram-se para pintar o 4KM, tendo 70 sido selecionados |
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