domingo, 22 de junho de 2014


Grafites paulistanos vão da insatisfação à euforia com a Copa


A principal via que leva ao Itaquerão, estádio que recebeu a abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, é margeada por quatro quilômetros de painéis de grafite. O muro, intitulado 4KM, foi pintado com imagens relacionadas ao futebol, à torcida brasileira e ao turismo na capital paulista. Inaugurado para o megaevento, o mural é uma iniciativa do governo de São Paulo.

Muro de quatro quilômetros perto do Itaquerão reúne trabalhos de 70 artistas de rua. 
Com o futebol como tema, eles retratam ambiguidade dos brasileiros em relação ao Mundial.

Já em outros pontos da cidade, é comum ver grafites e mensagens contra a Copa, que vão desde o típico Fifa, go home até elaboradas pinturas. Uma delas, a obra de Paulo Ito, ficou famosa pela crítica contundente ao Mundial. A imagem, pintada no bairro da Pompeia, zona oeste, se tornou viral e rodou o mundo. Segundo o autor, a imagem do menino pobre, com uma bola de futebol dentro de um prato de comida vazio, "sintetizou o que muita gente estava sentindo".

O grafite de Paulo Ito, na zona oeste de São Paulo, rodou o mundo. 
Ele não quis participar do muro próximo ao Itaquerão

As diferentes formas de retratar a Copa pelos artistas de rua mostram os conflitos vividos pelos brasileiros em relação ao Mundial. Ao mesmo tempo em que há um clima de euforia, há também muita insatisfação com os investimentos públicos bilionários na Copa.

Mais de 380 artistas inscreveram-se para pintar o 4KM, tendo 70 sido selecionados

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