Israel fala em ‘irrelevância’
diplomática do Brasil
Em nota, Itamaraty havia condenado
‘uso desproporcional da força por Israel em Gaza’
Pai segura o corpo do filho morto por estilhaços de um tanque israelense, no hospital Kamal Adwan, ao norte da Faixa de Gaza |
A chancelaria de Israel rebateu a nota emitida pelo Itamaraty condenando
os bombardeios sobre Gaza. O porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores, Yigal Palmor, usou palavras duras ao classificar a nota como
“uma infeliz demonstração de por que o Brasil, um gigante econômico e
cultural, continua sendo um anão diplomático”. “O relativismo moral por
trás deste movimento torna o Brasil um parceiro diplomático irrelevante,
que cria problemas em vez de contribuir para soluções”, acrescentou, em
declarações reproduzidas pelo jornal The Jerusalem Post.
Um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores de
Israel afirma que o país “expressa seu desapontamento com a decisão do
governo do Brasil de chamar seu embaixador para consultas”. “Esta
decisão não reflete o nível de relações entre os países e ignora o
direito de Israel de se defender. Ações deste tipo não contribuem para
promover a calma e a estabilidade na região. Ao contrário, impulsionam o
terrorismo e naturalmente afetam a capacidade do Brasil de exercer
influência”, diz o texto divulgado no site da chancelaria. “Israel
espera apoio de seus aliados na luta contra o Hamas, que é reconhecido
como uma organização terrorista por muitos países ao redor do mundo”.
O ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo respondeu
dizendo que “se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles,
seguramente”. “Países têm o direto de discordar. E nós estamos usando o
nosso direito de sinalizar para Israel que achamos inaceitável a morte
de mulheres e crianças, mas não contestamos o direito de Israel de se
defender. Jamais contestamos isso. O que contestamos é a
desproporcionalidade das coisas”, acrescentou.
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