EUA e UE aplicarão novas sanções para minar a economia da Rússia
Junto com a UE, os EUA vêm pressionando a Rússia por meio de sanções desde o início do conflito |
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos aplicarão novas sanções
econômicas contra a Rússia, por conta do envolvimento no conflito no
leste da Ucrânia, onde rebeldes estão enfrentando o governo local.
A nova leva tem como alvo os setores de petróleo, equipamentos de
defesa, de tecnologia e de finanças. O objetivo é elevar o custo do
apoio dado pela Rússia a rebeldes pró-Moscou na Ucrânia e enfraquecer a
economia do país.
"Dissemos que, se a Rússia continuasse nesse caminho, haveria um custo
crescente. Hoje, estamos cumprindo essa promessa. A previsão de
crescimento da Rússia para este ano é quase nula", disse o presidente
americano Barack Obama em pronunciamento na Casa Branca.
"Não precisa ser assim, mas essa é a escolha da Rússia e do presidente
(Vladimir) Putin. Há uma outra escolha: a Rússia se unir ao resto do
mundo na busca por uma solução diplomática."
Moscou nega as acusações feitas pela UE e pelos Estados Unidos de que estaria fornecendo armamentos pesados aos rebeldes.
Avião derrubado por míssil no leste da Ucrânia levou a maior pressão por sanções |
Pressão
Os detalhes das novas sanções aplicadas pela UE - que foram aprovadas
pelos embaixadores de seus 28 Estados - virão à tona em um comunicado
oficial que deve ser feito nesta quarta-feira, 30 de julho.
A UE também provavelmente anunciará novos nomes de autoridades russas
que terão os bens congelados e ficarão proibidas de viajar na Europa.
A pressão por uma ação mais energética dos Estados Unidos e da UE
aumentou depois que o voo MH17 foi derrubado enquanto sobrevoava o leste
da Ucrânia, no dia 17 de julho, causando a morte das 298 pessoas a
bordo, muitas das quais eram cidadãos holandeses.
Uma equipe internacional não conseguiu ter acesso ao local da queda, em
meio a intensos combates entre forças do governo ucraniano e os
rebeldes.
Governos ocidentais dizem acreditar que os separatistas pró-Rússia
derrubaram o avião com um míssil russo. Moscou e os rebeldes negam e
culpam o Exército ucraniano.
Em pronunciamento feito em Washington, o secretário de Estado americano,
John Kerry, exigiu que os rebeldes e a Rússia deem acesso total ao
local da queda aos investigadores.
"Eles sequer conseguiram recuperar todos os corpos, e isso é inaceitável
e insuportável para as famílias", disse Kerry. "O local tem de ser
isolado. As provas têm de ser preservadas. E a Rússia precisa usar sua
influência diante dos separatistas para garantir o mínimo de decência."
Governo ucraniano tenta cercar rebeldes em conflito no leste do país |
Ofensiva
As tropas ucranianas continuam a ofensiva para cercar os rebeldes na região de Donetsk.
Ao menos dez soldados ucranianos e 22 civis, entre eles três crianças e
cinco pessoas que estavam em um asilo para idosos, foram mortos nas
últimas 24 horas.
Segundo Gavin Hewitt, correspondente da BBC, a revolta com o bloqueio do
acesso de investigadores internacionais foi crucial no anúncio de novas
sanções.
"Também há o fato de que, desde o incidente, a Rússia vem permitindo que
armas pesadas sejam levadas para a Ucrânia por suas fronteiras", afirma
Hewitt.
"A Europa tinha de agir em nome de sua própria credibilidade e pode ter
que ir ainda mais longe para garantir que Vladimir Putin e seu círculo
interno entendam que suas ações têm consequências."
Ainda não está claro qual será a reação russa.
Na última segunda-feira, 28 de julho, o presidente russo, Vladimir
Putin, pediu aos líderes da sua indústria de equipamentos de defesa que
fosse reduzida a dependência de componentes e fornecedores estrangeiros,
que devem ser substituídos por alternativas nacionais.
E o ministro de Relações Exteriores, Sergeu Lavrov, disse que a Rússia não retaliará nem "cairá na histeria".
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