Para Dilma, há 'pessimismo inadmissível' em relação ao País
Presidente fala sobre os desafios para
combater os reflexos da crise internacional no Brasil e e critica
imprensa por provocar 'tempestade'
Presidente citou previsão de que haveria crise no setor elétrico durante a Copa |
A presidente Dilma admitiu que houve um erro no enfrentamento à crise
econômica mundial."Todos nós erramos porque a gente não tinha ideia do
grau de descontrole que o sistema financeiro tinha atingido". Segundo
ela, o trabalho foi grande para impedir o tradicional efeito da crise,
que era desempregar e arrochar o salário e fazer com que a população
"pagasse o pato da crise". A presidente aproveitou ainda para voltar a
criticar o "pessimismo inadmissível" em relação à economia do País,
comparando com o que, segundo ela, aconteceu na organização da Copa do
Mundo de futebol.
Dentre os pontos citados pela presidente, está a previsão de que haveria
uma crise no setor elétrico durante o evento internacional. Segundo
ela, há no Brasil um jogo de "pessimismo inadmissível". Ela destacou
que, apesar de toda a tempestade que toda a mídia encampou, ela não
ocorreu. "Toda a mídia apostou na tempestade perfeita. Crise cambial, o
Brasil ia sofrer crise e, com isso, a economia ia entrar num processo
caótico", disse, lembrando que o País tem uma política monetária séria,
um processo bastante produtivo.
"Como esse País vai entrar numa crise cambial dessa proporção? Não tem
fundamento sólido. Dos 20 maiores países, me diz quantos fazem
superávit? Seis, um é o Brasil", afirmou a presidente.
A presidente defendeu ainda a condução da política econômica feita por
seu governo e destacou que o desemprego está nas suas menores taxas
históricas. “O setor que fizemos mais emprego foi a indústria”, disse.
Ela afirmou ainda que não há indicação no Brasil de demissões ou da
interrupção da busca de emprego por desalento.
Ela defendeu as políticas do governo para a indústria e para o setor de
infraestrutura, citando que o Programa de Sustentação de Investimento
(PSI) resultou em aportes de R$ 200 bilhões. “Teve candidato que dizia
que a gente tinha que parar de subsidiar a indústria”, provocou,
referindo-se ao tucano Aécio Neves.
Destacando que seu governo será, ao final deste ano, aquele que mais
investiu em infraestrutura. Dilma afirmou que o País terá um “momento de
retomada” e deverá inaugurar um novo ciclo de produtividade.
Inflação
Outro ponto abordado pela presidente foi o combate à inflação. "A
inflação desorganiza a economia, não permitiremos que essa praga volte a
corroer nosso tecido econômico", disse
Dilma discorda da ideia de que tenha havido algo errado no combate à
inflação. Ela lembrou que o sistema de metas é de 1999 e tem, portanto,
15 anos. Segundo Dilma, a inflação "não está descontrolada". "Asseguro
que ela ficará abaixo do limite superior da meta. Sempre se mediu a
inflação anualizado. Está a 0,02% acima do limite, e em trajetória
decrescente", afirmou.
A presidente destacou que a inflação medida no seu governo e do
ex-presidente Lula foram menores que a medida no governo Fernando
Henrique Cardoso. "No meu período, a inflação, se você comparar os
primeiros anos dos governos, os meus e do Lula se calibram, o meu um
pouco menor, porque o Lula pegou a taxa de inflação de 12%, na época do
FHC. Usam dois pesos e duas medidas. A inflação não está descontrolada,
está no centro. Ela está no teto da banda e vamos ficar nesse teto da
banda."
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