Mercado financeiro calcula em 60% a probabilidade de Aécio Neves ser o novo Presidente do Brasil
Aécio Neves - candidato do PSDB a Presidência da República |
A MCM Consultores passou a atribuir uma probabilidade de 60% de derrota
de Dilma Rousseff na eleição presidencial em outubro. Desde abril, a
consultoria trabalhava com um cenário de probabilidade equivalente à
reeleição e à vitória da oposição. Em relatório distribuído na
quarta-feira, 23 de julho, os analistas da MCM rebaixaram as chances da
presidente e agora trabalham com uma probabilidade de 60%-40% contra a
reeleição. A consultoria é a segunda instituição financeira a divulgar
relatório a clientes apostando publicamente na derrota da presidente
Dilma nas eleições presidenciais. A primeira instituição foi a corretora
japonesa Nomura Securities, que na quarta-feira, após a pesquisa Ibope,
aumentou a probabilidade de vitória do candidato tucano Aécio Neves
para 70%. No dia 11 de junho, a Nomura Securities já havia atribuído uma
probabilidade de 60% de vitória do tucano num segundo turno da eleição
presidencial. “Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer,
que a presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A
campanha ainda nem começou efetivamente”, escreveram os analistas da MCM
na nota enviada a clientes na quarta-feira: “Contudo, a nosso juízo, já
existem elementos suficientes para atribuir mais probabilidade de
vitória à oposição do que à candidatura governista". Segundo a MCM, as
últimas pesquisas Datafolha e Ibope representaram um ponto de virada
(“turning point”) para o novo cenário, agora desfavorável à reeleição.
“Ambas mostraram continuidade na tendência de encurtamento da vantagem
de Dilma frente a Aécio Neves e Eduardo Campos no segundo turno e
aumento da diferença entre a rejeição à presidente e aos candidatos de
oposição”, afirmaram os analistas. Além das pesquisas, destacou a MCM, a
mudança de cenário também levou em conta a piora do quadro econômico,
“sintetizado pelo resultado decepcionante do último Caged (abertura de
apenas 25 mil vagas de trabalho em junho), os sinais de forte rejeição
ao PT no Sudeste – de maneira mais acentuada em São Paulo -, e a baixa
competitividade das candidaturas petistas nos Estados mais importantes
do País, excetuando-se Minas Gerais, onde Fernando Pimentel lidera as
pesquisas”. Segundo a MCM, os fatores que beneficiam a candidatura Dilma
não desapareceram, entre os quais mais tempo de propaganda no rádio e
na televisão, forte apoio entre os eleitores mais pobres, possibilidade
de explorar no horário eleitoral gratuito os programas federais voltados
principalmente aos eleitores de baixa renda e o apoio do ex-presidente
Lula. “Considerando a evolução do quadro econômico e político e suas
perspectivas futuras, avaliamos que, neste momento, os elementos
favoráveis à presidente Dilma são insuficientes para atribuirmos à
reeleição maior probabilidade de sucesso do que de fracasso”, escreveram
os analistas da consultoria.
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