Cientista político diz que ambiente econômico é adverso à reeleição da petista Dilma Rousseff
A situação da economia doméstica deve tornar a reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT) mais difícil, avaliou o cientista político Sérgio
Abranches, do Ecopolítica. Para ele, as condições estruturais
domésticas, como a inflação que tem afetado cada vez mais a renda,
interferem mais no humor da sociedade. "Não vai ser uma eleição igual às
outras, porque o Brasil não é igual ao das outras eleições. O Brasil
nunca foi um País tão capaz de mostrar mau humor quanto desta vez",
disse, em seminário sobre as eleições realizado pela Fundação Getulio
Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. A baixa popularidade da presidente
também aumenta a incerteza sobre sua reeleição, acrescentou Abranches.
"Claramente do ponto de vista do que nós sabemos, o ambiente é adverso à
reeleição do presidente em exercício", disse. Em um painel anterior, o
cientista político Cesar Zucco, professor da Escola Brasileira de
Administração Pública e Empresas da FGV (Ebape/FGV), comentou que a
avaliação positiva dos programas sociais criados ou ampliados durante a
gestão do PT na Presidência seria capaz de fazer frente à baixa
popularidade da atual presidente e aos questionamentos sobre a política
econômica do governo durante a eleição. "Uma possibilidade é que ela faz
melhor o resto do que a política econômica", afirmou. Mas a questão
eleitoral não se resume à economia. Os candidatos, de acordo com os
participantes do seminário, têm se obrigado a encontrar maneiras de se
adaptar a mudanças no próprio modo de fazer campanha. "Desde 2002 não se
faz mais campanha na rua, com cartazes e folhetos. Não foi assim em
2006, nem em 2010", disse o cientista político Jairo Nicolau, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, o horário
eleitoral na televisão já não tem mais a mesma centralidade que tinha em
anos anteriores. "A maioria dos eleitores desliga a televisão ou muda
de canal", ressaltou Abranches.
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