França oferece asilo a cristãos ameaçados por jihadistas no Iraque
O governo da França condenou as ameaças dos grupos jihadistas contra os
cristãos no Iraque e se disse disposto a facilitar asilo para os
iraquianos perseguidos pelos radicais fundamentalistas. "Ajudamos os
deslocados que fogem das ameaças do Estado Islâmico do Iraque e do
Levante (EILI) e se refugiaram no Curdistão. Estamos dispostos, se
desejarem, a facilitar o abrigo em nosso território com o título de
asilo", disseram em comunicado conjunto os Ministérios das Relações
Exteriores e do Interior. Os ministros Laurent Fabius e Bernard
Cazeneuve destacaram que o ultimato lançado pelo EIIL contra essas
comunidades em Mosul "é o último exemplo trágico da terrível ameaça que
pesa sobre eles no Iraque, mas também na Síria e em outros lugares onde
são historicamente parte integrante da região". A França "continuará nos
próximos dias a mobilizar a comunidade internacional para que se
garanta a proteção a essa população", completaram os ministros no
comunicado. Fabius e Cazeneuve também indicaram que receberão em breve
representantes na França das comunidades cristãs no Iraque. O Estado
islâmico é governado por um único líder político e religioso, o Califa.
Califas são considerados por seus seguidores como sucessores de Maomé e
soberanos sobre todos os muçulmanos. O primeiro califado surgiu depois
da morte do profeta Maomé, no ano de 632. Nos séculos que se seguiram,
foram criados outros califados no Oriente Médio e no Norte da África. O
último califado foi abolido em 1924 pelo líder turco Kemal Ataturk,
criador do Estado moderno turco, depois do colapso do Império Otomano.
Em 18 de julho os cristãos de Mosul, a segunda maior cidade do Iraque,
fugiram em massa depois de o ultimato de três dias marcado pelos
extremistas expirar. Ele determinava que se não renunciassem a sua
religião e se convertessem ao islã deveriam abandonar a cidade. O
primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, condenou no início deste
mês o tratamento dado aos cristãos e instruiu um comitê do governo a
ajudar os desabrigados. No entanto, ele não disse quando o Exército
poderia tentar reconquistar o controle de Mosul. O EIIL alertou todas as
mulheres em Mosul a usar o véu que cobre todo o rosto, do contrário
sofreriam uma punição severa. Os insurgentes sunitas, que declararam um
califado em partes do Iraque e da Síria, também vêem os xiitas
majoritários do Iraque como infiéis que merecem ser mortos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário