sábado, 26 de julho de 2014


Teerã confirma prisão de correspondente do ‘Washington Post’
Três outras pessoas foram detidas junto com o jornalista: 
sua mulher e dois fotógrafos

Jason Rezaian e sua mulher 
numa conferência de Imprensa em Teerã

O Irã confirmou a detenção do correspondente em Teerã do jornal "Washington Post", de sua esposa e de dois fotógrafos, informou o diretor-geral do Departamento de Justiça Gholam-Hossein Esmaili. No entanto, o governo iraniano não deu detalhes sobre os motivos das prisões, nem quanto tempo eles ficarão retidos.
— O jornalista foi detido para responder a algumas perguntas e, depois de investigações técnicas, o Judiciário irá fornecer mais detalhes sobre o problema — declarou o oficial, segundo informações da agência iraniana IRNA. — As forças de segurança iranianas estão vigilantes para todo o tipo de atividades dos inimigos — acrescentou o funcionário, sem entrar em detalhes.
Rezaian, de 38 anos e com cidadania americana e iraniana, é correspondente do “Washington Post” em Teerã desde 2012. Ele está no país desde 2008 e antes trabalhava para outros jornais, incluindo o “San Francisco Chronicle”.
A mulher dele, Yeganeh Salehi, é cidadã iraniana e pediu visto de residência permanente nos Estados Unidos. Também jornalista, ela trabalha como correspondente para uma publicação dos Emirados Árabes Unidos. Os outros dois cidadãos norte-americanos detidos trabalham como fotojornalistas.
— Estamos preocupados com o bem-estar de Jason, Yeganeh Salehi e as outras duas pessoas detidas com eles — assinalou o editor Douglas Jehl. — Ele é um repórter experiente, que merece proteção — acrescentou.
Membros da família de Rezaian disseram que não querem comentar o assunto neste momento. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas com sede em Nova York emitiu um comunicado exigindo a libertação imediata dos profissionais.
— Apelamos às autoridades iranianas para explicar imediatamente o motivo pelo qual Jason Rezaian, Yeganeh Salehi, e outros dois jornalistas foram detidos, e pedimos sua libertação imediata — declarou o coordenador do programa para o Oriente Médio e Norte da África, Sherif Mansour.
Estados Unidos e Irã não têm relações diplomáticas formais, o que dificulta a libertação dos cidadãos americanos detidos no país islâmico.
Os jornalistas que trabalham para organizações noticiosas ocidentais têm lutado por anos para obter permissão para cobrir notícias no Irã. Vários profissionais já foram detidos nos últimos anos por diversos motivos.


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