Papa sobre a guerra: "É hora de parar! Parem, por favor!"
“Nunca a guerra. Penso sobretudo nas crianças, das quais se tira a esperança de uma vida digna, de um futuro.”
Após a oração Mariana do Angelus, o Papa Francisco, recordando que as
crianças são as maiores vítimas das guerras, lançou um veemente apelo
pelo fim dos conflitos: Parem! O Pontífice reiterou o pedido para se
rezar pela paz e que as negociações e o diálogo tenham precedência sobre
o conflito.
O Santo Padre iniciou sua mensagem recordando que esta segunda-feira,
28, é um dia de luto, pois recorda-se o centenário do início da Primeira
Guerra Mundial. O pontífice lembrou que Bento XVI definiu o conflito
como “tragédia inútil”, pelas milhares de vítimas e grande destruição
que provocou. Francisco pediu que se aprenda com a história para não se
repetir os erros do passado.
O Oriente Médio, o Iraque e a Ucrânia, foram as três “zonas de crise”
que receberam a atenção do Papa, mais uma vez, neste domingo, 27 de
julho, que reiterou o pedido de orações e a precedência do diálogo e da
negociação sobre os conflitos:
“Em particular, o meu pensamento se dirige a três zonas de crise: a
médio oriental, a iraquiana e a ucraniana. Vos peço para que continuem a
se unir à minha oração para que o Senhor conceda às populações e às
autoridades daquelas áreas a sabedoria e a força necessária para levar
em frente, com determinação, o caminho da paz, enfrentando cada disputa
com a firmeza do diálogo e da negociação e com a força da reconciliação.
Que no centro de cada decisão não sejam colocados os interesses
particulares, mas o bem comum e o respeito por cada pessoa”.
Ao recordar que tudo se perde com a guerra e nada se perde com a paz,
Francisco voltou seu olhar para as crianças, as maiores vítimas
inocentes dos conflitos, e faz um apelo veemente para que cessem os
conflitos:
“Nunca a guerra. Penso sobretudo nas crianças, das quais se tira a
esperança de uma vida digna, de um futuro: crianças mortas, crianças
feridas, crianças mutiladas, crianças órfãs, crianças que têm como
brinquedos resíduos bélicos, crianças que não sabem sorrir. Parem, por
favor! Vos peço de todo o coração. É hora de parar! Parem, por favor!”.
Antes da Oração do Angelus
O Reino dos Céus foi o tema da reflexão do Papa Francisco, que antecedeu
a oração Mariana do Angelus deste domingo, 27. Falando aos milhares de
fiéis de diversas partes do mundo reunidos na Praça São Pedro, o
Pontífice afirmou que “tudo adquire um sentido quando se encontra este
tesouro, que Jesus chama ‘o Reino de Deus’”. E mais uma vez, sugeriu a
todos a leitura diária de uma passagem da Bíblia, para “encontrar
Jesus”.
Ao meditar sobre o “Reino”, tema proposto pela Liturgia deste XVII
Domingo do Tempo Comum, Francisco referiu-se às parábolas do tesouro
escondido no campo e da pérola de grande valor, como “pequenas
obras-primas”. E para explicar as reações que alguém tem quando descobre
este “grande tesouro”, o Santo Padre usou como protagonistas o
agricultor, “que arando, encontra o tesouro inesperado” e o mercador de
pérolas, “que após longa procura encontra a pérola preciosíssima”.
Francisco ressalta, que nos dois casos, o dado relevante é que “o
tesouro e a pérola valem mais do que todos os outros bens”. Assim, os
dois, “se dão conta do valor incomparável daquilo que encontraram e
estão dispostos a perder tudo para possuí-la”:
“Assim é para o Reino de Deus: quem o encontra não tem dúvidas, sente
que é aquilo que buscava, que esperava e que responde às suas aspirações
mais autênticas. E é realmente assim: quem conhece Jesus, quem o
encontra pessoalmente, permanece fascinado, atraído por tanta bondade,
tanta verdade, tanta beleza, e tudo numa grande humildade e
simplicidade”.
O Pontífice observa como Jesus tenha tocados tantos santos e santas, que
ao lerem o Evangelho “de coração aberto”, converteram-se a ele. E cita
São Francisco:
“Pensemos em São Francisco de Assis: ele já era um cristão, mas um
cristão ‘água de rosa’. Quando leu o Evangelho, em um momento decisivo
de sua juventude, encontrou Jesus e descobriu o Reino de Deus e então
todos os seus sonhos de glória terrena desapareceram. O Evangelho faz
você conhecer Jesus verdadeiro, o Jesus vivo; fala-te ao coração e
transforma a tua vida. E então sim, deixa tudo. Você pode mudar
efetivamente o tipo de vida, ou continuar a fazer aquilo que fazias
antes, mas você é outra pessoa, você renasceu: encontrou aquilo que dá
um sentido, sabor, luz a tudo, mesmo aos cansaços, aos sofrimentos, à
morte. Tudo adquire um sentido quando encontras este tesouro, que Jesus
chama ‘o Reino de Deus’, isto é, Deus que reina na tua vida, na nossa
vida”.
O Papa explicou que Jesus doou a si mesmo até a morte de cruz para nos
levar do reino das trevas para o reino da vida, da beleza, da bondade e
da alegria e que é impossível esconder a alegria de ter encontrado o
Reino de Deus, pois ele transparece na vida do cristão.
“O cristão não pode ter a sua fé escondida, porque ela transparece em
cada palavra, em cada gesto, mesmo nos mais simples e cotidianos:
transparece o amor que Deus nos deu mediante Jesus”.
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