Venezuela pressionou Aruba por Carvajal
Hugo Carvajal |
A libertação do ex-chefe de inteligência da Venezuela pelas autoridades
da Holanda durante o fim de semana ocorreu após o governo venezuelano
aumentar a pressão econômica e militar em duas ilhas holandesas no
Caribe, afirmou o procurador-chefe de Aruba, Peter Blanken.
Blanken disse que navios da Marinha da Venezuela se aproximaram de Aruba
e Curaçao no fim de semana, enquanto representantes holandeses
discutiam o que fazer com Hugo Carvajal, preso na semana passada a
pedido dos EUA, sob a alegação de tráfico de drogas.
"A ameaça estava lá. Nós não sabemos quais eram as intenções, mas eu
acho que muita gente em Aruba estava assustada que alguma coisa fosse
acontecer", disse Blanken. O procurador acrescentou que a Venezuela
ameaçou cortar as conexões aéreas comerciais para as duas ilhas. A
petroleira estatal PDVSA também ameaçou abandonar a refinaria de
Curaçao, o que colocaria em risco aproximadamente 8 mil empregos, disse.
O ex-chefe de inteligência da Venezuela foi libertado na noite de
domingo, 27 de julho, pelas autoridades holandesas sob a justificativa
de estar protegido pela imunidade diplomática. Anteriormente,
representantes do governo de Aruba haviam dito que ele não era
confirmado como cônsul e, portanto, não tinha direito à imunidade.
Carvajal desembarcou em Caracas na noite de domingo e foi recepcionado
pelo presidente Nicolás Maduro. Ele chefiou a inteligência militar da
Venezuela durante o mandato de Hugo Chávez e participou da tentativa
fracassada de golpe militar conduzida em 1992, quando passou dois anos
na prisão com o ex-presidente Chávez.
Annemijn van den Broek, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores
da Holanda, argumentou que a decisão de soltar Carvajal teve como base
somente questões legais. Ela confirmou que navios venezuelanos se
aproximaram da ilha, mas disse que a Venezuela informou o ministério de
que os navios estavam retornando de um exercício naval. "Eu entendo que o
povo da ilha teve um senso de urgência, mas nós temos a confirmação de
que isso não teve nada a ver com o caso", disse.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela não quis
comentar o assunto. Na noite de domingo, Maduro alertou que o governo
estava disposto a fazer o que fosse necessário para libertar Carvajal.
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