Pasadena - Lula tentou interferir em julgamento do TCU
Reinaldo Azevedo |
O julgamento do TCU sobre a compra da refinaria de Pasadena entrará para
a história como um emblema da ação do PT na gestão ruinosa da
Petrobras. Destaco mais uma vez: tratou-se da investigação de uma única
operação numa única empresa. Prejuízo: US$ 792 milhões. Imaginem quando o
país tiver condições de fazer a devida contabilidade do tamanho do
estrago… Ainda chegará a vez de analisar a refinaria de Abreu e Lima,
por exemplo.
E olhem que esse relatório do TCU foi negociado, com muitas idas e
vindas. Há versões bem mais severas. Mas já se falou bastante a
respeito. O meu ponto agora é outro. Luiz Inácio Lula da Silva, ele
mesmo!, tentou pessoalmente interferir no resultado do julgamento do
TCU.
Chamou para uma conversa em São Paulo, no que foi atendido, o ministro
Múcio Monteiro, que foi titular das Relações Institucionais em seu
governo e está hoje no TCU. O chefão petista queria que o seu
interlocutor fosse o portador de mensagem sobre a necessidade de não se
condenar ninguém. Ele sabe o que disse a Múcio, e Múcio sabe a conversa
que manteve com os seus pares de tribunal. Lula, no entanto, não logrou o
seu intento.
Na tentativa de impedir a condenação da operação, acreditem!, até mesmo
uma vaga no Supremo Tribunal Federal — vocês leram direito! — passou a
circular como moeda de troca. O contemplado seria justamente alguém do
TCU. Tivesse se realizado o negócio, creio que a nomeação entraria para o
livro de recordes como a mais cara cadeira jamais entregue a um
ministro de corte superior no Ocidente. Em reais: teria custado R$
1.758.240.000,00.
E esse foi apenas parte do jogo pesado. José Jorge, relator do caso no
tribunal, passou a ser ameaçado de forma nada velada com uma avalanche
de denúncias envolvendo o seu nome caso insistisse na condenação da
operação. Resistiu. Os companheiros não brincam em serviço. Nunca!
Também não aprendem nada nem esquecem nada.
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