sexta-feira, 25 de julho de 2014


Traição amorosa ajudou a polícia 
a prender black blocs

Game Over  e  Sininho

Uma "traição amorosa" envolvendo Elisa Quadros Pinto Sanzi, a "Sininho", ajudou a polícia do Rio de Janeiro a identificar os black blocs que organizaram atos violentos no Rio de Janeiro. Sininho e mais 22 ativistas que tiveram ordem de prisão preventiva decretada obtiveram o direito de responder em liberdade ao processo por associação criminosa armada. A líder dos black blocs e os ativistas Camila Jourdan e Igor D'Icarahy deixaram a prisão – 18 estavam foragidos e outros dois continuam presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade. Sininho é acusada em depoimento de ter "roubado" o companheiro da "ativista" Anne Josephine Louise Marie Rosencrantz. Em represália, a traída relatou à polícia as articulações e os atos praticados pelos vândalos mascarados, como a tentativa de incendiar a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O depoimento da estudante Anne Josephine, de 21 anos, foi prestado à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no dia 11 de junho deste ano, na condição de testemunha. Ela contou manter relacionamento antigo com Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o "Game Over", de 25 anos, com quem tem um filho de dois anos. Ele foi um dos 23 black blocs beneficiados pelo habeas corpus. Desde o ano passado, "Game Over" namora "Sininho". Quando ela foi presa em flagrante, em outubro do ano passado, acusada de depredações, o rapaz foi fotografado abraçando-a. "Sininho", chorosa, estava em um ônibus cheio de detidos. Colocou a cabeça e os braços para fora, agarrando-se ao namorado. Ele, do lado de fora, parecia tentar consolá-la. A divulgação da imagem incomodou Anne Josephine, que contou ter ouvido de "Sininho" a confirmação do romance com "Game Over". "Sininho diz que ela e Game Over tinham um romance revolucionário", declarou a depoente. O antagonismo entre "Sininho" e Anne Josephine acirrou-se no decorrer das manifestações. A estudante contou no depoimento que a rival costumava criticá-la. "Quando começou a frequentar os protestos, Sininho disse que a declarante deveria respeitar a hierarquia do movimento, que teria que conquistar seu espaço e não aproveitar de ser esposa de Game Over", informa a transcrição do depoimento anexado ao volume três do inquérito policial. Anne Josephine contou à polícia que parte dos manifestantes, entre eles "Game Over", impediu que Sininho consumasse o plano de atear fogo ao prédio da Câmara, na Cinelândia (centro do Rio de Janeiro), na noite de 7 de outubro passado. "Na época em que começaram os atos violentos nos protestos, a declarante viu "Sininho" mandando manifestantes buscar três galões de gasolina. (...) Viu Sininho subindo a escada da Câmara e alguns manifestantes atrás dela carregando os três galões, de aproximadamente dez litros de gasolina. Alguns manifestantes comentaram que a atitude de Sininho poderia fazer com que eles fossem presos, que isso não havia sido combinado pelos manifestantes". A depoente disse à polícia que "os galões de gasolina seriam utilizados para incendiar a Câmara" e que "Game Over e outros manifestantes ficaram contra Sininho e mandaram retirar os galões". Ao final do depoimento, Anne Josephine detalha as funções e o comportamento dos manifestantes apontados pela Polícia Civil como líderes da organização. Afirma ainda ter presenciado o consumo de drogas, como cocaína, por membros do grupo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário