Traição amorosa ajudou a polícia
a prender black blocs
Game Over e Sininho |
Uma "traição amorosa" envolvendo Elisa Quadros Pinto Sanzi, a "Sininho",
ajudou a polícia do Rio de Janeiro a identificar os black blocs que
organizaram atos violentos no Rio de Janeiro. Sininho e mais 22
ativistas que tiveram ordem de prisão preventiva decretada obtiveram o
direito de responder em liberdade ao processo por associação criminosa
armada. A líder dos black blocs e os ativistas Camila Jourdan e Igor
D'Icarahy deixaram a prisão – 18 estavam foragidos e outros dois
continuam presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade. Sininho é
acusada em depoimento de ter "roubado" o companheiro da "ativista" Anne
Josephine Louise Marie Rosencrantz. Em represália, a traída relatou à
polícia as articulações e os atos praticados pelos vândalos mascarados,
como a tentativa de incendiar a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O
depoimento da estudante Anne Josephine, de 21 anos, foi prestado à
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no dia 11 de junho
deste ano, na condição de testemunha. Ela contou manter relacionamento
antigo com Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o "Game Over", de 25 anos, com
quem tem um filho de dois anos. Ele foi um dos 23 black blocs
beneficiados pelo habeas corpus. Desde o ano passado, "Game Over" namora
"Sininho". Quando ela foi presa em flagrante, em outubro do ano
passado, acusada de depredações, o rapaz foi fotografado abraçando-a.
"Sininho", chorosa, estava em um ônibus cheio de detidos. Colocou a
cabeça e os braços para fora, agarrando-se ao namorado. Ele, do lado de
fora, parecia tentar consolá-la. A divulgação da imagem incomodou Anne
Josephine, que contou ter ouvido de "Sininho" a confirmação do romance
com "Game Over". "Sininho diz que ela e Game Over tinham um romance
revolucionário", declarou a depoente. O antagonismo entre "Sininho" e
Anne Josephine acirrou-se no decorrer das manifestações. A estudante
contou no depoimento que a rival costumava criticá-la. "Quando começou a
frequentar os protestos, Sininho disse que a declarante deveria
respeitar a hierarquia do movimento, que teria que conquistar seu espaço
e não aproveitar de ser esposa de Game Over", informa a transcrição do
depoimento anexado ao volume três do inquérito policial. Anne Josephine
contou à polícia que parte dos manifestantes, entre eles "Game Over",
impediu que Sininho consumasse o plano de atear fogo ao prédio da
Câmara, na Cinelândia (centro do Rio de Janeiro), na noite de 7 de
outubro passado. "Na época em que começaram os atos violentos nos
protestos, a declarante viu "Sininho" mandando manifestantes buscar três
galões de gasolina. (...) Viu Sininho subindo a escada da Câmara e
alguns manifestantes atrás dela carregando os três galões, de
aproximadamente dez litros de gasolina. Alguns manifestantes comentaram
que a atitude de Sininho poderia fazer com que eles fossem presos, que
isso não havia sido combinado pelos manifestantes". A depoente disse à
polícia que "os galões de gasolina seriam utilizados para incendiar a
Câmara" e que "Game Over e outros manifestantes ficaram contra Sininho e
mandaram retirar os galões". Ao final do depoimento, Anne Josephine
detalha as funções e o comportamento dos manifestantes apontados pela
Polícia Civil como líderes da organização. Afirma ainda ter presenciado o
consumo de drogas, como cocaína, por membros do grupo.
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