José Dirceu sai da cadeia para seu 
primeiro dia de trabalho
      
O ex-ministro e deputado federal cassado José Dirceu deixou o Centro de 
Progressão Penitenciária do Distrito Federal na manhã de quinta-feira, 3
 de julho, para o seu primeiro dia de trabalho, após a prisão pela 
condenação no processo do Mensalão do PT. José Dirceu deixou o prédio 
sozinho, às 7h25m, e entrou em sua caminhonete Hilux, dirigida por um 
motorista que atende o petista em Brasília. Ele vestia paletó cinza 
escuro, calça jeans e camisa azul. O petista está trabalhando no 
escritório do advogado José Gerardo Grossi. Pelo contrato de trabalho, 
José Dirceu deverá trabalhar das 9 às 18 horas, com direito a duas horas
 de almoço. O ex-ministro terá como atribuição organizar a biblioteca do
 escritório que, segundo Grossi, "está bagunçada". José Dirceu, que foi o
 principal ministro da primeira fase do governo do ex-presidente Lula, 
terá salário de R$ 2,1 mil por mês. “Minha biblioteca está uma bagunça. 
Se ele quiser trabalhar, terá muito trabalho. Se não quiser, será 
mandado embora como qualquer outro funcionário”, disse Grossi. O trajeto
 do presídio ao escritório durou aproximadamente 25 minutos. Ele 
aguardou dentro do carro, pois não havia ninguém no local para 
recebê-lo. Logo depois, dirigiu-se à portaria para fazer seu cadastro e 
subiu ao 9º andar acompanhado de duas pessoas. O advogado disse também 
estar consciente de que a presença de José Dirceu em seu escritório 
atrairá a atenção da imprensa, sobretudo nestes primeiros dias. Mas ele 
entende que esse é um movimento previsível. O ex-ministro é um político 
muito conhecido. A informação de que José Dirceu tem autorização 
judicial e pode começar a trabalhar foi repassada a Grossi pela advogada
 Ana Luiza Souza. “É natural que o assédio da imprensa aconteça. O Zé 
virou a Geni, do Chicio Buarque”, brinca Grossi, numa referência às 
críticas que o ex-ministro vem recebendo desde o início do processo do 
Mensalão do PT. José Dirceu foi recebido com um abraço pelo novo patrão.
 Perguntado sobre o estado de espírito do funcionário – condenado a sete
 anos e onze meses de prisão –, Grossi afirmou que José Dirceu parece um
 "passarinho que acaba sair da gaiola". O petista mensaleiro está 
visivelmente mais magro. De acordo com o patrão, a Vara de Execuções 
Penais já autorizou que familiares de José Dirceu o visitem durante o 
expediente. Nesta sexta-feira, 4 de julho, ele fica na cadeia porque não
 haverá expediente, por causa do jogo entre Brasil e Colômbia, pelas 
quartas de final da Copa do Mundo. 

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