sexta-feira, 4 de julho de 2014


Sofia pode esperar até seis meses 
por transplante


A menina Sofia Gonçalves de Lacerda pode ter de esperar seis meses para realizar o transplante de que necessita para sobreviver, no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos. A previsão da equipe médica que atende o bebê, portador da Síndrome de Berdon, doença rara que afeta o aparelho digestivo, baseia-se no tempo médio para conseguir um doador.

A menina, que está com seis meses, foi levada para os Estados Unidos porque o transplante não é realizado em crianças dessa idade no Brasil.
Acompanhada pela mãe, Patrícia de Lacerda, a criança deixou o hospital Samaritano, de Sorocaba (SP), onde estava internada, e embarcou no aeroporto da cidade, em um avião equipado com Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Uma equipe médica acompanhou a criança durante a viagem, que teve escalas em Goiânia, para abastecimento, e Boa Vista (Roraima) para o trâmite aduaneiro.
Após o desembarque na cidade da Flórida, o bebê foi levado para o Hospital Memorial Jackson, onde deve ser operado pelo médico brasileiro Rodrigo Viana. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves, viaja aos Estados Unidos, em voo comercial, para se juntar à família. Depois de passar por exames, Sofia terá de esperar um doador. Ela já foi incluída no cadastro americano de captação de órgãos.

A menina nasceu com uma doença conhecida como Síndrome de Berdon, e nunca se alimentou por via oral ou endogástrica . O aparelho digestivo não funciona e houve acúmulo de líquidos e outras substâncias no organismo. São raríssimos os casos de sobrevivência.
A doença foi detectada durante a gestação, mas a mãe, que já havia perdido um bebê, optou por seguir com a gravidez de alto risco. Depois que a menina nasceu, a mãe passou a viver com ela no hospital. Sofia passou por três cirurgias paliativas, mas os hospitais brasileiros não tinham condições para realizar o transplante. A família pesquisou e descobriu que a cirurgia era feita com sucesso nos Estados Unidos.


O drama da menina comoveu o País e mobilizou mais de meio milhão de pessoas pelas redes sociais. A família foi à Justiça em busca de tratamento. Numa decisão incomum, em caráter liminar, o Tribunal Regional Federal de São Paulo determinou ao governo brasileiro que depositasse numa conta especial cerca de R$ 2,4 milhões para custear o transporte e a cirurgia no exterior.
Campanhas pela internet arrecadaram outros R$ 2 milhões para manter a menina no período pós-operatório, que pode durar até dois anos. Durante a viagem a Miami, a mãe postou na página de Sofia no Facebook: "É mais uma batalha vencida, uma emoção sem fim. Vamos continuar até a vitória", escreveu.

Atualizando:
A pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, de seis meses, portadora de uma doença rara que impede o funcionamento do aparelho digestivo, passou pela primeira bateria de exames no hospital americano Jackson Memorial e aguarda um doador para o transplante multivisceral. Segundo a equipe médica que atende o bebê, o tempo médio para se conseguir um doador é de seis meses.

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