Sofia pode esperar até seis meses
por transplante
A menina Sofia Gonçalves de Lacerda pode ter de esperar seis meses para
realizar o transplante de que necessita para sobreviver, no Jackson
Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos. A previsão da equipe
médica que atende o bebê, portador da Síndrome de Berdon, doença rara
que afeta o aparelho digestivo, baseia-se no tempo médio para conseguir
um doador.
A menina, que está com seis meses, foi levada para os Estados Unidos
porque o transplante não é realizado em crianças dessa idade no Brasil.
Acompanhada pela mãe, Patrícia de Lacerda, a criança deixou o hospital
Samaritano, de Sorocaba (SP), onde estava internada, e embarcou no
aeroporto da cidade, em um avião equipado com Unidade de Terapia
Intensiva (UTI).
Uma equipe médica acompanhou a criança durante a viagem, que teve
escalas em Goiânia, para abastecimento, e Boa Vista (Roraima) para o
trâmite aduaneiro.
Após o desembarque na cidade da Flórida, o bebê foi levado para o
Hospital Memorial Jackson, onde deve ser operado pelo médico brasileiro
Rodrigo Viana. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves, viaja aos Estados
Unidos, em voo comercial, para se juntar à família. Depois de passar por
exames, Sofia terá de esperar um doador. Ela já foi incluída no
cadastro americano de captação de órgãos.
A menina nasceu com uma doença conhecida como Síndrome de Berdon, e
nunca se alimentou por via oral ou endogástrica . O aparelho digestivo
não funciona e houve acúmulo de líquidos e outras substâncias no
organismo. São raríssimos os casos de sobrevivência.
A doença foi detectada durante a gestação, mas a mãe, que já havia
perdido um bebê, optou por seguir com a gravidez de alto risco. Depois
que a menina nasceu, a mãe passou a viver com ela no hospital. Sofia
passou por três cirurgias paliativas, mas os hospitais brasileiros não
tinham condições para realizar o transplante. A família pesquisou e
descobriu que a cirurgia era feita com sucesso nos Estados Unidos.
O drama da menina comoveu o País e mobilizou mais de meio milhão de
pessoas pelas redes sociais. A família foi à Justiça em busca de
tratamento. Numa decisão incomum, em caráter liminar, o Tribunal
Regional Federal de São Paulo determinou ao governo brasileiro que
depositasse numa conta especial cerca de R$ 2,4 milhões para custear o
transporte e a cirurgia no exterior.
Campanhas pela internet arrecadaram outros R$ 2 milhões para manter a
menina no período pós-operatório, que pode durar até dois anos. Durante a
viagem a Miami, a mãe postou na página de Sofia no Facebook: "É mais
uma batalha vencida, uma emoção sem fim. Vamos continuar até a vitória",
escreveu.
Atualizando:
A pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, de seis meses, portadora de uma
doença rara que impede o funcionamento do aparelho digestivo, passou
pela primeira bateria de exames no hospital americano Jackson Memorial e
aguarda um doador para o transplante multivisceral. Segundo a equipe
médica que atende o bebê, o tempo médio para se conseguir um doador é de
seis meses.
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