Separatistas ucranianos dificultam acesso de peritos ao local da queda do Boeing da Malaysia Airlines
O primeiro grupo de investigadores internacionais a tentar chegar ao
local da queda do avião da Malaysia Airlines encontrou resistência de
separatistas que controlam a área no leste da Ucrânia. A Organização
para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviou uma delegação de 30
monitores para levantar informações sobre o caso. No entanto, apenas 17
investigadores puderam avançar, e mesmo assim, eles não tiveram acesso
total à área, embora os rebeldes tivessem dito que deixariam as equipes
estrangeiras trabalharem no local. O embaixador suíço para a OSCE,
Thomas Greminger, disse a jornalistas em Viena, na Áustria, que os
observadores só passaram 75 minutos no local antes de voltarem para a
cidade de Donetsk. Ele acrescentou que os observadores foram
seguidamente bloqueados e seguidos por milícias armadas. "Os
observadores não tiveram o acesso que era esperado. Eles não tiveram
liberdade de movimento para fazer seu trabalho. O local da queda não
está isolado", disse Greminger: "Nessas circunstâncias, eles não foram
capazes de isolar um corredor que permitiria a entrada daqueles
interessados em investigar". A organização afirmou que um tiro de
advertência chegou a ser disparado pelos rebeldes. A delegação deverá
fazer uma nova tentativa de chegar ao ponto exato da queda neste sábado
(19 de julho). “Amanhã será um dia crítico. Há muitos especialistas da
Holanda e da Malásia chegando em Kiev, bem como familiares. Os corpos
estão começando a se decompor. Uma equipe de especialistas é claramente
necessária. Há muito a ser feito em um curto período de tempo”,
argumentou o porta-voz da organização, Michael Bociurkiw. O acesso livre
ao local foi exigido pelos governos dos Estados Unidos e da Alemanha,
entre outros, que cobram uma investigação rápida das circunstâncias do
acidente. O temor é que a cena seja alterada para dificultar as
investigações. Na sexta-feira (18 de julho), o Presidente Americano
Barack Obama afirmou que a aeronave foi abatida por um míssil disparado a
partir da região controlada por separatistas, e ressaltou o apoio da
Rússia aos rebeldes. O Boeing 777 levava 298 pessoas a bordo. Em junho,
grupos pró-Moscou que tomaram o controle de várias localidades do leste
ucraniano sequestraram membros da OSCE que realizavam missões de
observação na região. Alguns chegaram a permanecer um mês em cativeiro. O
National Transportation Safety Board (NTSB), órgão que recomenda as
normas de segurança aérea nos Estados Unidos, normalmente envia um time
de especialistas a uma cena de queda em qualquer lugar do mundo horas
depois de um grande desastre com uma aeronave de fabricação americana.
Horas depois de o vôo MH370 da Malaysia Airlines desaparecer dos radares
em março, quando ia de Kuala Lumpur a Pequim, uma equipe foi enviada à
Ásia. O órgão tomou as primeiras medidas para uma ação semelhante em
relação ao vôo MH-17, mas não houve nenhum anúncio de que a equipe foi,
de fato, deslocada para a Ucrânia, informou o Wall Street Journal, que
consultou uma fonte ligada à preparação.
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