domingo, 13 de julho de 2014


Latino-americanos torcem timidamente 
pela Argentina
Pesquisa indica que maioria dos latino-americanos tem resistência 
em relação aos 'hermanos'

Caixão com as cores da bandeira argentina

Por ao menos 90 minutos, a Argentina deve contar com a maioria da torcida da América Latina diante da Alemanha. Para salvar o que resta do orgulho do futebol da região os torcedores de outros países do continente devem deixar de lado a irritação com seus vizinhos.
Uma vitória da Alemanha seria histórica: nunca um time europeu venceu uma copa do mundo deste lado do Atlântico. E na esteira da surra de 7 a 1 sofrida pelo Brasil diante dos alemães até os maiores defensores do elegante futebol latino se perguntam se a região está superada.
“Meu coração quer que a Argentina ganhe, mas a minha cabeça diz que é a Alemanha que vai”, confessou Alberto Ramos Salcedo, um jornalista esportivo colombiano que escreve frequentemente sobre futebol. Ter a Argentina como principal representante do futebol latino é uma realidade ingrata para muitos.
Uma pesquisa online em 19 países promovida pelo YouGov junto com o jornal norte-americano “The New York Times” antes da Copa do Mundo indica que a maioria das pessoas da América Latina tinha certa resistência em relação ao time de Messi.
Na primeira fase do torneio, os torcedores da Argentina sofreram provocações diferentes de várias torcidas como a dos mexicanos que criaram a canção “América Latina, menos Argentina”.
A rivalidade dos países vizinhos com a Argentina decorre da percepção histórica de superioridade econômica e cultural sobre seus vizinhos mais indígenas e afrodescendentes. Mesmo o espanhol influenciado pelo italiano das ruas de Buenos Aires está fora de sintonia com o idioma falado em outros países.
Após o colapso econômico de 2001, a Argentina tem criado laços mais estreitos com o resto da região e agora olha com inveja para o crescimento econômico do Brasil.
No entanto, nem todo mundo está dançando tango na América Latina. Muito menos os brasileiros que ainda se recuperam da goleada sofrida diante da Alemanha e pelo fato de ver seu eterno rival ter a possibilidade de ganhar a Copa do Mundo em pleno Maracanã. “De nenhuma maneira a Argentina deve ganhar”, resume a carioca Ingrid Luana, no Rio de Janeiro.

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