FIFA está cada vez mais enrolada
com a Polícia
Joseph Blatter |
Desde que a polícia desmontou um esquema internacional de cambistas de
ingressos para a Copa do Mundo, a Fifa fez de tudo para dissociar-se do
escândalo. A tarefa não é fácil, já que Philippe Blatter, sobrinho do
presidente da entidade, Joseph Blatter, tem ligações com a empresa no
centro do caso, a Match Services. A companhia vende com exclusividade os
pacotes VIP para a Copa, mas, segundo a polícia, repassava ingressos
para uma quadrilha de cambistas, que os revendia a preços muito mais
altos. Seu diretor-executivo, o inglês Raymond Whelan, foi preso, depois
solto, e está foragido desde quinta-feira (10 de julho). O sobrinho de
Blatter é dono da Infront, uma das acionistas da Match, mas a Fifa
sempre dizia que ele não tinha nenhuma relação com a venda de ingressos.
Agora, uma descoberta feita pelos policiais na suíte 514 do Copacabana
Palace reforça os laços da Fifa com o escândalo. Alguns dos ingressos
apreendidos com a quadrilha estavam em nome da própria Fifa. Ou seja,
saíram da entidade para as mãos dos criminosos. “Precisamos saber de que
maneira esses ingressos com o nome Fifa chegavam até eles. Não temos
dúvidas de que o senhor Whelan facilitava o despejo de ingressos para
que a quadrilha de cambistas comandada pelo Lamine (o argelino Lamine
Fofana, que está preso) os revendesse”, afirma o delegado Fábio Barucke.
Há vários indícios de irregularidades com os ingressos. O nome de outro
diretor da Match, Paul Whelan, filho do foragido Ray, estava em duas
entradas para jogos das oitavas de final no mesmo dia, mas em cidades
diferentes (Brasil x Chile, às 13 horas, em Belo Horizonte, e Colômbia x
Uruguai, às 17 horas, no Rio de Janeiro). Como é pouquíssimo provável
que ele fosse às duas partidas, a suspeita da polícia é que ele fosse
repassar ao menos uma das entradas para o esquema dos cambistas.
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