Se não mudar de idéia, Palocci falará à Nação amanhã.
O chefe da Casa Civil da presidência da República, ministro Antonio Palocci, decidiu falar à Nação amanhã sobre o crescimento vertiginoso de seu patrimônio nos últimos quatro anos.
A decisão de falar já foi comunicada por ele a presidente Dilma Rousseff, a alguns dos seus colegas de ministério e a governadores que compareceram, hoje, ao lançamento do programa de erradicação da miséria extrema.
Palocci não disse se dará uma entrevista coletiva ou se se limitará a fazer um pronunciamento a ser transmitido pela empresa de rádio e de televisão do governo - e por tantas outras emissoras de rádio e de televisão que assim desejem.
O mais provável é que evite o risco de conceder uma entrevista. Palocci sabe o que quer dizer. Não sabe o que lhe perguntariam.
O ministro está sendo treinado para a ocasião por jornalistas e publicitários da FSB Comunicações, empresa contratada por ele.
Uma equipe de advogados o assessora.
Dilma avisou a vários governadores que está disposta a manter Palocci no governo.
Nas últimas 48 horas, emissários dela sondaram o ânimo de líderes importantes da oposição - entre eles o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Voltaram para Dilma com a informação de que eles não estão interessados na cabeça de Palocci.
De todo modo, a permanência de Palocci no cargo dependerá da repercussão de sua fala no Congresso, nos meios de comunicação e entre os partidos políticos. E também do não surgimento de algum fato novo capaz de embaraçá-lo ainda mais.
O valor do patrimônio de Palocci cresceu 20 vezes nos últimos quatro anos, segundo denúncia do jornal Folha de S. Paulo.
Somente no ano passado, como consultor de empresas, ele faturou R$ 20 milhões - metade entre o dia da eleição de Dilma e o dia da posse dela como presidente.
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