TPI emite ordem para prender Kadafi, seu filho e chefe da inteligência da Líbia
Sai al-Islam e Muamar Kadafi
Juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) decidiram emitir uma ordem de prisão contra o ditador líbio Muamar Kadafi, seu filho Saif al-Islam, e o chefe da inteligência do país, Abdullah al-Sanoussi. Eles são acusados de crimes contra a humanidade pela repressão nos primeiros dias de protestos, em fevereiro, com objetivo de tirar o ditador do poder após mais de 40 anos de governo.
Com a decisão, o ditador líbio passa a ser o segundo líder a ter uma ordem de prisão emitida pelo tribunal. O primeiro foi Omar al-Bashir, do Sudão, que continua no poder, após 21 anos, já realizou viagens internacionais após a emissão da ordem do TPI, e deve chegar à China. Sem ter uma polícia própria, para que as prisões sejam realizadas, o tribunal depende da colaboração dos Estados que o reconhecem.
O promotor-chefe do TPI, Luis Moreno-Ocampo, acusa Kadafi e suas forças de abrir fogo contra manifestações pacíficas, bombardear procissões em funerais e utilizar atiradores de elite para matar pessoas que deixavam mesquitas no início dos confrontos com os rebeldes antigovernistas.
- Os crimes continuam até hoje na Líbia. Para parar esse crimes e proteger os civis, Kadafi precisa ser preso - defende Ocampo, que pediu a emissão da ordem de prisão depois que o Conselho de Segurança da ONU encaminhou o caso ao tribunal.
Rebeldes líbios comemoraram a decisão do TPI, afirmando que a medida deve acelerar a saída de Kadafi do governo.
- Estamos extremamente felizes que o mundo se uniu para processar Kadafi pelos crimes que ele cometeu. O povo se sente justiçado por essa ação - disse o porta-voz do conselho rebelde Jalal al-Galal por telefone.
Desde o final de fevereiro, insurgentes, apoiados por forças aéreas da Otan, lutam contra o ditador líbio. A crise no país se transformou no conflito mais sangrento da Primavera Árabe.
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