Lula consegue eleger Graziano para diretor-geral da FAO
Após vencer a disputa pelo cargo de diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o brasileiro José Graziano da Silva, de 61 anos, disse que sua prioridade à frente do organismo, que tem orçamento de US$ 1 bilhão, será o combate à fome. "Precisamos erradicar a fome e ajudar os países mais pobres", disse o petista professor e agrônomo brasileiro em seu primeiro pronunciamento, perante representantes de 177 nações: "A partir de agora, deixo de ser o candidato dos brasileiros para ser o diretor-geral de todos os países". "Estou convencido, com base em minha experiência no Brasil e em outros países, que erradicar a fome é uma meta razoável e alcançável", afirmou ainda Graziano, recebendo muitos aplausos. "Com o passar dos anos aprendi que é preciso caminharmos juntos, obter o consenso, para conquistar os objetivos", acrescentou José Graziano depois de agradecer aos países latino-americanos, africanos, de língua portuguesa e, inclusive, aos países europeus e desenvolvidos. "Foi um exercício democrático e soberano", disse. De acordo com dados da ONU, o mundo tem cerca de 1 bilhão de pessoas famintas. Por 92 votos contra 88, Graziano venceu o ex-ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, nas eleições realizadas em Roma no domingo - 26 de junho. No primeiro turno, ele já havia superado Moratinos por 77 a 72 votos. Ou seja, a eleição dele foi absolutamente apertada. E é devida integralmente ao trabalho de cooptação realizado por Lula. Na verdade, será Lula quem mandará nesse orçamento de 1 bilhão de dólares da ONU. Gaziano vai suceder o senegalês Jacques Diouf, diretor-geral da FAO desde 1994. É a primeira vez que um brasileiro ocupa o cargo. Seu mandato vai de 1º de janeiro de 2012 a 31 de julho de 2015.
PS: Graziano traz na biografia o título de um dos idealizadores do Fome Zero. Ele chefiou o programa no primeiro ano do governo Lula. Hoje, poucos se dão ao trabalho de recordar. Mas o Fome Zero revelou-se um retumbante fracasso.
O limão só virou limonada depois que Lula transformou-o no Bolsa Família, resultado da unificação das bolsas herdadas da era FHC. Graziano não tomou parte dessa segunda fase exitosa. Lula mandou-o passear.
Sua eleição é a primeira vitória expressiva da diplomacia brasileira, que nos últimos anos, quando o Itamaraty foi chefiado pelo ex-chanceler Celso Amorim, colecionou derrotas em organismos internacionais.
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