Pais de soldado sequestrado se acorrentam na casa do premiê de Israel
Os pais do soldado israelense Gilad Shalit invadiram no sábado - 25 de junho - o espaço cercado pela polícia ao redor da residência do primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, e se acorrentaram no local, exigindo a libertação imediata do filho. O protesto ocorreu no dia do aniversário de cinco anos da captura de Shalit, então com 19 anos, por terroristas do Hamas. Os pais dizem estar "fartos dessa situação". "Cinco anos é tempo mais do que suficiente para se realizar negociações e trazer Gilad de volta", afirmou a mãe, Aviva. O avô do soldado, Tzvi Shalit, que aderiu ao protesto e também se acorrentou, acusou o premiê de ser "o único que impede a libertação de Gilad e assim o está matando lentamente". Segundo o avô, Netanyahu "sabotou o acordo com o Hamas". O grupo terrorista Hamas, que controla a faixa de Gaza, exige que Israel liberte mil prisioneiros palestinos em troca de Shalit. Entre eles, estão 450 que Israel considera especialmente perigosos, condenados pela realização de atentados que mataram dezenas de civis israelenses, inclusive condenados à prisão perpétua. As negociações sobre a troca de prisioneiros, conduzidas por mediadores egípcios e alemães, chegaram a um impasse. Israel não concorda em libertar todos os prisioneiros mencionados na lista apresentada pelos terroristas do Hamas e exige que vários dos detentos, uma vez soltos, não retornem à Cisjordânia, argumentando que poderiam voltar a cometer atentados. O ministro da Defesa, Ehud Barak, afirmou que o governo deve fazer todos os esforços para libertar o soldado "mas não a qualquer preço". No entanto, vários especialistas em segurança discordam dos argumentos do governo contra a troca dos prisioneiros. Entre eles está o ex-chefe do Estado Maior do Exército israelense Amnon Lipkin Shahak, que declarou que "o Exército é suficientemente forte para enfrentar os terroristas, se tentarem voltar a cometer atentados". Shahak também disse que "um soldado que foi enviado ao serviço militar não pode ser abandonado no cativeiro". O ex-chefe do Mossad, Dany Yatom, e o ex-chefe do serviço de Inteligência interna, Ami Ayalon, também defendem o acordo com o Hamas para libertar Shalit.
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