quinta-feira, 2 de junho de 2011

CBF quer SP fora, revelam cartolas
Dirigentes da Fifa dizem que entidade não tem interesse na exclusão da maior cidade do país do evento e creditam pressão contra paulistas à confederação

Ricardo Teixeira (
atrás à direita)
A CBF está por trás da pressão sobre São Paulo e das ameaças de deixar a cidade de fora da Copa de 2014, e não a Fifa. A revelação foi feita por dirigentes da entidade que conversaram sob a condição de que seus nomes não fossem divulgados.
Eles garantem que a pressão vem diretamente do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e asseguram que a Fifa não tem interesse em ver a cidade excluída.
"A ideia deles (CBF) é mesmo concentrar as atividades no Rio de Janeiro. Isso vem de Ricardo (Teixeira)", assegurou Geoff Thompson, ex-vice-presidente da Fifa - ele deixou o cargo na quarta-feira - 1º de junho - e, exatamente por isso, se sentiu à vontade para falar.
A relação de Teixeira com o PSDB, partido que governa São Paulo há 16 anos, é conflituosa desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Foi na administração do ex-presidente que duas CPIs investigaram os negócios do cartola, no cargo desde 1989. E quando iniciou-se a guerra aberta do dirigente contra expoentes do tucanato paulistano, como Silvio Torres (ex-deputado que relatou a CPI dedicada a investigar o contrato entre CBF e a Nike).
Teixeira, que nunca teve interlocução com o atual governador do Estado, Geraldo Alckmin, também é amigo pessoal do senador Aécio Neves (PSDB-MG), neste momento envolvido numa disputa interna na sigla com correligionários de São Paulo.
A cidade se transformou na maior polêmica da Copa porque demorou a equacionar problemas políticos e financeiros para a construção do estádio do Corinthians, em Itaquera.
Por causa disso, foi excluída da Copa das Confederações e está sob a ameaça de perder a cerimônia de abertura do Mundial.
Para Thompson, não há como pensar a Copa sem a maior cidade brasileira. "São Paulo precisa entrar e vai ser mantida. É muito importante", afirmou.
Na quarta-feira - 1º de junho -, a Fifa disse que está "tudo sob controle" com relação à preparação do Brasil. "Temos apoio da nova presidente do Brasil (Dilma Rousseff), que nos deu garantias de que problemas serão superados nas áreas de aeroportos, transporte e acomodação", disse o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.

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