O Ceitec já consumiu R$ 300 milhões e até agora não produziu chips – o dobro do previsto inicialmente. As obras sofreram 13 aditivos em seis anos e estão na mira do Tribunal de Contas da União. Uma auditoria identificou várias irregularidades na construção, inclusive superfaturamento de ao menos R$ 15,8 milhões, além de problemas na licitação conduzida pela gestão anterior. Nos bastidores, Mercadante classificou a situação como “um escândalo”.
Desde o ano passado, circula em Porto Alegre uma cópia da carta de demissão de Eduard Weichselbaumer, que vive hoje na Califórnia, na qual ele revela que os equipamentos da fábrica estão tecnologicamente ultrapassados e simplesmente não funcionam, apesar de terem sido reformados.
Confrontado pela revista Istoé neste final de semana, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, o chefe dos Aloprados, que visitou o Cietec no dia 25 de abril, um ano depois da inauguração avisou:
- O PSB que armou essa bomba, ele que a desarme.
O ministro baixou portaria criando uma comissão técnica para acompanhar a entrega do Ceitec, mas com a ressalva de que o recebimento da fábrica, “não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra, nem ético-profissional pela execução do contrato”. Assim, Mercadante lava as mãos sobre prováveis problemas legais
O PSB a que se refere o ministro é o PSB do deputado Beto Albuquerque, secretário de Infraestrutura e Logística do governador Tarso Genro.
As denúncias vieram a público neste final de semana, quando finalmente veio a público a carta do
“Infelizmente a administração do Ministério da Ciência e Tecnologia dificultou e tornou completamente impossível concluir esta tarefa negociando em separado com o fornecedor”, escreveu. Segundo Weichselbaumer, a fábrica de chips poderia ter sido concluída em 12 meses, mas o ministério fez questão de postergar a obra por mais de cinco anos, um prazo considerado excessivo.
Beto Albuquerque nega influência nos negócios do Ceitec
Para Beto a existência de irregularidades é um problema que o Ministério da Ciência e Tecnologia deve resolver no seu próprio âmbito, porque todas as licitações foram feitas por ele e não pela Ceitec. O Deputado Beto Albuquerque reafirmou que sempre apoiou o Ceitec e durante três anos seguidos conseguiu apoio da bancada gaúcha para propor emendas orçamentárias para garantir recursos para a implantação da estatal federal.
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